domingo, outubro 16, 2005

Descobri...

Uma vez eu li que existem três coisas que devemos fazer na vida, são elas: ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Destas, pelo menos a minha árvore eu plantei. Poderei escrever algum dia, afinal, material eu tenho de sobra, mundo de palavras escritas em livros e diários. Quero trilhar o meu caminho nesta vida, onde algumas pessoas ao meu redor deverão ser como o sol ou a chuva: passageiras, necessárias e infinitamente constantes. Pessoas as vezes são barreiras, que por sua vez, serão só momentos, assim como eu escrevendo isso agora. Como tudo na vida eu sei que amores sempre vêm e amores sempre vão, mas quem poderia estar partindo agora? Se tivesse gastando um pouco de tempo para esclarecer as coisas, certamente, estaria com minha cabeça deitada no travesseiro sabendo que eras "meu". Decisões, agora, só iriam simplificar ou complicar demais as coisas! E eu quero vivê-las, apenas isso! De que irá valer "pular fora" sempre que algo esteja fugindo ao meu controle? Onde irei parar se tudo o que eu fizer estiver sempre em minhas mãos? Certamente em uma vida muito arrumada, previsível e morna. Seria tudo tranqüilamente cinza. Do que adianta fugir de mim mesma? O que conheço ainda é tão pouco e "crescer" incorre sempre em riscos... Chega a ser excitante quando usados a nosso favor.
Já li vários livros e já busquei respostas em religiões, oráculos, filosofia e seres humanos, de alguma forma, tudo me responde a mesma coisa com dezenas de caminhos diferentes. Esse é o mistério. Não é a resposta. É o caminho! E qual é o meu, agora? Aprendi que há várias formas de ver a mesma coisa e conhecer a mesma verdade. Descobri que a força de uma paixão ou a simples necessidade de provar algo a si mesmo nos faz rastejar muitas vezes e perder qualquer controle e senso de limite. Mas qual é o limite? Que tipo de vida é essa? Que regras são essas? Quem as criou? Descobri que para ser valorizada tenho que estar muitas vezes em segundo plano. Descobri que muitas vezes fui usada por pessoas que eu acreditava e julgava tão "minhas" como sei que estrelas existem no céu. Mas quantas vezes usei também todos os "santos" que por mim passaram? Porque não sou santa! E só respeito às minhas próprias tradições e leis. A vida nos força a uma farsa. Um grande teatro ondo tenho o meu papel assim como todos os outros, mas existem momentos em que preciso tanto da verdade! E pode ser tarde demais... faz parte do jogo e todos somos convidados a participar, não há como fugir disso, não adianta criar situações, afinal, faz parte da "festa" e se a máscara cair a queda pode ser grande demais. Então, temos que escolher entre: viver ou sofrer. Viver inclui mentir, fazer o papel hipócrita da sociedade que nos espera, com direito a jantares sem fome e sexo sem amor. Enquento sofrer é ser ingênuo como uma criança e deixar que o mundo veja seu soriso estampado no rosto... Sem culpa... Transbordando de esperança.... Mas, de repente, mostrar esta criança é dar ao mundo uma arma a mais para ele te machucar: Você!
Quem nos fez acreditar neste absurdo? Quem pôde ser capaz de forçar-nos a apagar e esconder o que de mais caro temos? Por muito tempo fiquei sem saber qual a minha escolha. Não queria sofrer...Mas não podia matar meu lado mais real, mais nobre...Não podia me anular... Ainda que sofresse...Ainda que chorasse. Desobri que seja qual for a escolha o importante é continuar em frente e ver o que o caminho tem a dizer. No final, esta será a nossa única bagagem mesmo. Acredito que invariavelment existe o lado bom em todo e qualquer caos e que, nem sempre o caminho mais curto é o melhor, ou ter um ombro para chorar as nossa dores é o mais necessário. Também descobri que "Deus não é tão mal assim"... Como ouvi na canção.... E que só o futuro tem as respostas que não são estáticas e nem necessáriamente satisfatórias.... Tudo isso ainda depende do agora. Descobri que viver e me entregar é a experiência mais mágica que pude presenciar. Quem poderá me culpar? Quem poderá me machucar agora, que estou cercada de mim mesma e saio pelo mundo com os grandes olhos arregalados e com o meu mais potente escudo?
O meu sorriso de criança.

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