sexta-feira, agosto 02, 2019

O Tempo...




E o tempo me trouxe de volta ao passado. À medida em que eu fugia do futuro, eu ia na exata direção contrária de todas as coisas que mais desejei. 
Você volta e me assusta novamente com sua presença, mas logo você vai embora e me faz lembrar de todas as vezes que me abandonou nos vendavais de julho... Agora sou eu que não quero mais ficar! Porque eu preciso realmente me libertar do passado e seguir em frente, na direção do meu sonho azul. Preciso dormir e sonhar com a chave escondida em algum lugar do céu, preciso encontrar um novo sentido e significado para existir neste momento.

terça-feira, maio 12, 2015

Escolhas





Eu tive que lutar, tive que cair, sangrar até desmaiar emocionalmente. Eu tive que escolher – e quem me conhece sabe que fazer escolhas nunca foi fácil para mim -, não sei se errei, as vezes parece que estou sempre seguindo a direção contrária, e você aparece sempre no mesmo ponto, no mesmo sonho, trazendo as mesmas dúvidas e as mesmas aflições.
 As mesmas buscas se sucedem noite afora e eu sempre acordo com a amarga sensação que tudo escapuliu por entre os meus dedos enquanto eu cochilava.

domingo, setembro 14, 2014

As Quatro Estações.


Folhas secas. Novas estações, novos ciclos. Ciclos divinos! Tudo se repete e nada é mais do mesmo jeito que já foi um dia. A primavera voltou, voltou parecida com todas as outras, mas completamente diferente de qualquer outra primavera já respirada pela minha alma. Sinto saudade, sinto falta, sinto muito!
Olho no espelho e vejo os mesmos olhos grandes cor de mel dos meus cinco anos. Olho no espelho e vejo outro rosto. Mais maduro, mais mulher, mais primavera! Olho no espelho e vejo um caminho...
Olho os pedaços de papel à minha volta, todos em branco esperando pelas folhas secas do outono para tingir as suas novas memórias. Sinto saudade das madrugas de estrelas cadentes e “lês miserables” preenchendo todo vazio do espaço. Ouço uma canção, volto no tempo e revivo meus dias de gloria. Sou feliz ali, no único lugar deste mundo onde se pode ser plenamente feliz, na memória feliz do passado. Os violinos tocam, as flautas encantam, os cabelos se perdem no vendaval da esperança... Esperança de um dia realizar todos os sonhos sonhados nas madrugadas quentes do verão cintilante de outrora. Esperança do “sim” da redenção encher meus invernos de cobertor e bolos quentes. Esperança de um dia olhar para trás e perceber que cumpri a missão sagrada que me comprometi um dia, lá atrás, no alto da colina mágica -  ajoelhada sobre as mais belas imagens que a vida já plantou no meu caminho! Estou em paz, por um instante sinto a felicidade bater em minha vida, estou viva, estou aqui, caminhando, continuo acreditando e indo na direção das promessas feitas pelos corações juvenis. Estou lutando, respirando e me renovando a cada estação, com a mesma força e fé da primeira vez!
Amém.

quinta-feira, junho 05, 2014

Impermanênia!


"A única constante da vida é a inconstância. A impermanência é a única certeza que temos do futuro! Por isso, guardo minha história - através da memória - em lugar sagrado, pois é lá que encontro o ponto de equilíbrio entre o que eu sou e o que eu nunca mais serei! É através das memórias adquiridas ao longo da jornada que construo meu legado, único e intransferível. E é neste ponto que não me confundo com nenhum outro ser existente neste universo, embora esteja interconectada com todos eles eternamente."

segunda-feira, abril 07, 2014

Descanse em paz!




Diante da  morte – que nada mais é do que uma formalidade da vida – segundo um grande amigo, percebemos, de fato, o valor de uma existência. É realmente muito bonito e gratificante quando conseguimos encerrar um ciclo – não só em  vida – mas de relacionamentos também, carregando em nós o carinho e respeito por alguém que em algum momento da sua existência dividiu a própria história conosco. É deplorável quando amarras mal resolvidas mostram que havia uma “névoa” embaçando os reais sentimentos e motivações das pessoas que já passaram em nossas vidas, pois neste caso, não há legado, não há ganho, só mágoa, pior, só há vazio, ou seja, não há nada!

Não, não levamos nada, absolutamente nada, desta vida, nossas "bagagens" serão memórias e histórias, "nosso valor como ser humano será medido no exato momento em que perdemos a nossa
“utilidade” diante do outro" e é nesta hora que constatamos, realmente, qual foi o nosso real valor nesta história. 

Eu guardo em mim caminhadas gratificantes, encontros marcantes e momentos mágicos com seres humanos encantadores, os quais sou e serei eternamente grata de ter compartilhado parte de minha vida um dia. Sim, momentos mágicos, na acepção estrita da palavra magia. Mas guardo também decepções colossais e surpreendentes. Não posso dizer que as desilusões me fizeram mais forte ou melhor, na verdade me fizeram admitir um lado triste do ser humano, nebuloso, perverso e indigno, ao macular algumas das que deveriam ser lembranças sagradas - nas prateleiras da minha existência. Acredito muito mais na força do amor, aquele amor que se transforma em respeito, carinho e consideração do que no “aprendizado” que o desprezo e a mentira trazem. O que isso nos ensina, de fato? Como isso pode nos fazer melhores? Como viver uma mentira pode ensinar algo a alguém?  Isso, ao meu ver, não é aprendizado, é a constatação de que infelizmente usamos e somos mais usados do que amamos e somos mais amados. Isso é triste, é lamentável.

Eu sempre escolhi aquele amor que persiste em existir através de uma memória grata e confortável de uma época feliz! Guardo em mim sensações reconfortantes comungadas por seres humanos que foram especiais em minha caminhada e isso, nada, nem ninguém - nem mesmo a morte- pode me tirar! O fato é que no final, tudo o que teremos para levar pra a velhice - e posteriormente ao túmulo - serão as nossas memórias. Memórias de “caminhos escolhidos com o coração”, memórias de dias felizes e encontros especiais, de seres humanos encantadores que deixaram suas marcas em nós e levaram consigo algo de belo também.

Descanse em paz!

domingo, março 23, 2014

Refletindo

"Every time I see you falling

I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that I can't say"

E a cada dia que passava minha confusão aumentava... Foi assim que eu cheguei até aqui, até este momento decisivo de minha vida - momento este que já dura uma pequena eternidade, confesso. Mas... Foi caindo, sonhando, desiludindo, acreditando... E sempre acreditando de novo, que eu pude adquirar, em doses mais animadoras, a tal integridade que meu sábio amigo me ensinava desde a minha pós adolescência! Aliás, que saudade! Saudade destes amigos, destas conversas - sempre recheadas de momentos mágicos e surreais- saudade do primeiro momento em que assumi e decidi os rumos da minha existência. Não, hoje eu não carrego arrependimentos ou amarguras, carrego a certeza de que tudo aconteceu exatamente como tinha que acontecer, aconteceu exatamente na medida em que eu permiti! carrego a certeza de que quem partiu perdeu seu 'pedaço' em mim que se afogou, no silêncio asfixiante das palavras que nunca foram ditas. Carrego a saudade doce e difícil da ausência física do meu pai - pois sua ausência emocional eu já vinha sentindo há um tempo, e sei o quanto ele lutou para estar ali! Lutou, corajosamente, até o ultimo instante!
Sinto compaixão de parte do meu passado e também tranquilidade. Sinto que a felicidade nunca é, sempre esteve, por alguns instantes, aqui, por ai, e eventualmente estará outra vez. Sinto vontade de conversar longas madrugadas com os anjos e demônios que habitam esta existência. Sinto saudade das chuvas que lavavam a terra e a alma.
Então, como um guerreiro ferido eu me retiro, me curo, cicatrizo minhas feridas a ferro e fogo, e volto mais forte e intensa, ansiosa para descobrir qual será o próximo desafio do existir! 


sábado, março 08, 2014

De volta pra casa.





Eu só queria “voltar para casa”! Eu só queria uma única chance de voltar para o “meu lar”, para o único lugar no mundo onde eu fui inteira, integra e até feliz! 'Anjo, onde estás que não vieste segurar a minha mão tremula enquanto eu chorava por você? Por que não estás neste mundo?'

Eu não paro de pensar nas cinzas, nas cinzas das memórias que já se foram, nas cinzas de um futuro que nunca chegará, nas cinzas do meu pai derramadas sob o solo fértil que ele mesmo plantou - com seu suor e dedicação! Porque, no final, tudo vira cinza! Porque no final as lembranças dos dias azuis são tudo que carregaremos nesta bagagem invisível do existir!

Eu sei o quão perversa eu posso ser, eu sei o quão fundo as palavras podem atingir, e pior, o quanto o silencio pode destruir! Eu já estive “do outro lado da quadra” e deste mesmo jogo! Mas agora eu desisti de jogar ‘limpo’ e apenas vou jogar para sobreviver! Cansei... Não sei! Resolvi me permitir.


“I was in your arms thinking I belonged there. I figured it made sense. Building me a fence. Building me a home. Thinking I'd be strong there. But I was a fool. Playing by the rules”.


Que saudade dos teus braços, das tuas mãos, do teu amor indelével, meu pai! Que vontade de renascer de novo em você! Que saudade de ser criança nos teu colo protetor e observar, avidamente, as tuas palavras, me ensinando a ser paciente, a ser honesta, a ser esperta, a ser uma atleta! Ensinando-me a ser feliz! Que saudade de jogar com você, nos tabuleiros, nas quadras, na vida! Que saudade de tudo que eu nunca mais poderei viver ao teu lado, desde que estavas ainda aqui, ceifado de si mesmo, em um ‘casulo’ fragilizado, onde eu não podia mais te encontrar.

Que saudade de casa!

quarta-feira, março 05, 2014

Palavras...




Antes de falar qualquer coisa aqui, neste espaço em branco e despretensioso, eu preciso sofrer, calmamente, suavemente, delicadamente, todas as nuances desta revelação!

Antes de desistir eu precisei  entender como o ‘encontro’ da minha vida se transformou naquelas cinzas solitárias que eu despejei com a alma sangrando sob o solo fértil de outrora. “Eu semeei meus sonhos neste campo, por isso, pise com cuidado, pois estás pisando em meus sonhos”.

As palavras são absurdamente perversas e perigosas, elas aprisionam, iludem e maltratam, sobretudo, quando usadas por aqueles que jogam “ao vento” textos românticos e coloridos de amor, quando na verdade... Na verdade tal amor jamais existiu!

No amor não se idealiza: constrói-se, destrói-se e se reinventa, nas dores dos desafios diários do existir. Você foi o fel disfarçado de mel que iludiu minhas noites de primavera. Eu poderia morrer por esta história, eu seria capaz de subir na montanha mais alta e desafiadora apenas para te contar ‘aquele segredo’, eu seria capaz de mentir para mim mesma durante as noites tempestuosas só para encontrar verdade por detrás daquelas lúdicas e solitárias palavras... Só para despir o véu dos teus olhos e fazer você sangrar a minha dor.

Eu posso dizer hoje que um dia eu “encontrei” o pior pesadelo que eu já tive na minha existência na noite em que acreditei ter reencontrado algo precioso, no “coração de um estranho encantador”, que na verdade, nunca encantou, apenas iludiu... E como todo ilusionista, se valeu dos truques mais diabólicos, o das palavras encantadoras e doces.

Palavras... Hoje apenas te vejo - de soslaio - desconfio das tuas mensagens, das tuas “verdades”, posto que jamais trouxestes a minha verdadeira paz!

Paz... Aquela que eu encontro no “meu mundo”, no lugar mais sagrado da minha existência, onde o meu amor - meu anjo azul - dorme ao meu lado e divide comigo a realidade do existir, sem palavras, sem ilusões, apenas com gestos, pequenos, simples e verdadeiros. Eu sempre busquei este ‘lugar’ fora de mim também... Quando pensei que havia encontrado, percebi a peça diabólica que a vida tramara em minha intenção! Errei, menti e rastejei apenas para redescobrir a única coisa que sempre importou nesta vida.... As cinzas que carregam teu corpo amado, sob o solo que cultivaste com ardor e amor, com dedicação e solidão. Foi lá, diante da morte, em sua forma mais 'feia', que eu descobri a verdade mais árida da minha existência e eu agradeço ao portador da ilusão por ter sido mensageiro de amarga realidade.