Desisti de tentar entender as pessoas, as suas emoções, as
minhas emoções, estas canções, estas lágrimas que insistem em cair. Desisti de
querer respostas certas, claras e estáticas, como se a verdade de hoje
assegurasse alguma coisa para o amanhã – e não, não assegura absolutamente nada
– e esta incerteza me transtorna, me aprisiona na louca tentativa de agarrar e
planejar a minha vida, como se isso fosse possível, como se os sentimentos
fossem palpáveis e terrenos seguros do amanhã. Porém, nada é garantido nesta
missão, nada é seguro, e viver neste cataclismo incerto da vida é um desafio sobre-humano
para minha mente sedenta de “bolhas”, portos seguros, lugares “frescos” ,
lugares perfeitos.
Esta mesma musica tocava há seis anos atrás e há exatos seis
anos eu estava sentindo a ira do furacão em minhas entranhas, exatamente
como agora, exatamente como antes... E esta “roda da fortuna” que me faz voltar
aos pontos de partida prova, mais uma vez, que o infinito reside nesta Gestalt sem
fim que gira dentro e fora de nós. Nossas certezas apenas se transformam em
nossos medos e, de novo, em nossas verdades que com o tempo nos prova que nada
é permanente, nem mesmo perene, nesta roda gigante de vida. Que medo a vida me
causa nestas horas onde a única segurança esta exatamente na incerteza do
futuro que volta ao passado para nos fazer reiniciar todos os nossos passos e
preces.
Sim, me leve na fúria do hurricane,
me leve em seus braços e me leve para sempre, mesmo que o sempre esteja na
continua incerteza de que a única certeza que temos é de que nada esta sob
controle e que tudo, ao mesmo tempo, pode ter uma segunda chance de apenas se evaporar...
No ar, dependendo, apenas, de onde se encontra a minha “roda da fortuna” agora.