quarta-feira, maio 18, 2005

Valsa de Sonhos

O vento frio ronda e distrai a madrugada pesada e escura. Lá no horizonte existe uma idéia, uma frase, um sinal de que atravessando a tempestade e escalando as montanhas mais ásperas da história haverá um tesouro guardado esperando por nossas mentes transbordadas de ideologias e sons. Bandolins encerram a cantiga da noite e uma menina dança a última partitura. A chuva enche seus pés de lama e sua alma de alegria. Ele olha para ela como se contemplasse o nascimento de Cristo, ela fita seu olhar fixo e continua rodando no centro, sua saia esvoaçante atrai vagos olhares à seus pés enlameados, embebedados de sons e de vida, e ela valsa como uma criança e a fada do seu botequim. Assiste sua última e eterna dança, entre as águas e a lama, entre a terra e os homens, entre o prazer e a dor, o amor e o pavor. Ela valsando como um anjo ingênuo e cristalino e ele bebendo o seu mais profundo prazer entre sorrisos e sonhos.

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