De repente me deu uma vontade de voltar ao passado...
Levantei calmamente, liguei meu simpático abajour rosa, peguei algumas folhas de papel despretensiosamente pálidas e me pus a preencher as mesmas com um pouco do que estava sentindo!
Eram noites tão completas... O vento adentrando pela janela, rondando o meu espaço e preenchendo-me de euforia. Parecia que me sorria! Olhava lá de cima e tudo parecia tão pequeno daquele lugar e, ao mesmo tempo, tão sob controle! Você me protegia (I could feel you protect me in the cold nights...), eu te amava e nada sob a imensidão deste universo poderia ser capaz de quebrar aquele encanto! Nem mesmo a imensidão do universo.
Quantos sons, sorriso, momentos familiares serão precisos para me levar de volta para casa? Era tão bom chegar lá e constatar que meu mundinho me aguardava, tão aconchegante, tão colorido pelas minhas idéias mirabolantes, tão meu...Assim como todas as minhas estrelas no teto do meu céu.
Sim, eu consegui! Eu jurei para mim mesma que o faria e cumpri minha promessa. Só não sei dizer quando foi que tudo se acabou... Quando foi que tudo desapareceu no ar e virou apenas uma lembrança fugaz... Quando foi que o vento parou de rondar meu pequeno quarto... Quando foi que minhas estrelas se apagaram...
Eu ainda tenho a imensidão do oceano bem como a minha gruta encantada para fugir nos dias ruins. Hoje quando olho para trás, mal me reconheço naquele retrato, mal consigo perceber aquela euforia que me invadia nas noites quentes e úmidas de verão. Mal consigo enxergar o esboço de mim mesma refletidos na certeza de que um dia eu estaria aqui, olhando para tudo isso e vendo que, finalmente, ainda que tendo que perder tudo que me era tão caro, eu consegui!
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