quarta-feira, abril 14, 2010

O vazio.


As vezes, mesmo nos dias comuns e tranquilos, diante de noites silenciosas, sinto um vazio inexplicável consumindo meu coração. Olhei através da escuridão que a janela mostrava-me e pude constatar a paz das estradas. Mesmo assim, ainda que mergulhada em um momento de completa tranquilidade, respirei fundo e senti algo engasgado em meu peito. Talvez todo este silencio me faça pensar na razão de estar aqui... No sentido de existir... Na maneira como tenho que agir diante do mundo, da vida, de mim mesma.
Não faço idéia se há alguma resposta plausível para tais questões, mas elas rondam a minha existência desde a tenra idade, desde as longas e mágicas tardes em que eu vivia observando os aviões sumirem no céu em direção ao sonho e ao inexplicável.
Sinto-me angustiada diante da necessidade de encontrar respostas e causas, sinto-me exasperada diante do desejo reprimido pelo que dizem que é certo. Preciso aprender a controlar minha angustia, minha espera, minha necessidade de conhecer o caos. Preciso aprender a deixar as coisas seguirem livremente, em direção ao futuro inexorável que nos aguarda, preciso aprender a confiar no inexplicável, nas noites vazias e cheias de respostas perdidas. Preciso aprender a viver, apenas isso, sem que haja grandes expectativas, maiores explicações ou razões.

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