Eu nunca estive certa de que nasci para fazer escolhas. Escolher traz em si o peso da responsabilidade de abrir mão de algo, eu não nasci para abrir mão de nada nesta vida. Pois eu necessito até do que eu não preciso!
Escolher é como matar alguma coisa que não poderá mais ser. É como “tolhir” um campo infinito de possibilidades, é como impedir o nascimento de um ser.
Eu passei a vida inteira acreditando ser capaz de lidar com as frágeis e ególatras emoções humanas. Pensei estar - de forma quase patética, meio arrogante e ingênua - acima destas questões mundanas e pequenas, afinal de contas eu sempre soube exatamente o que fazer!
Eu sempre tive as rédeas de todas as minhas histórias nas mãos. Mas e quando a vida te mostra que você é só uma peça insignificante neste quebra-cabeça em que sua vontade, desejos e certezas, não valem absolutamente nada? Eu jurei para mim mesma que se machucasse mais alguém eu sairia de cena e excluiria minha caixinha de segredos do mapa, enterrando junto com ela todas as minhas graciosas precauções cuidadosamente articuladas para proteger você. Mas que tipo de presunçoso ser é capaz de acreditar que a verdade é como nuvens em um dia de sol que se exibem graciosamente sem receio de mostrar exatamente o que são? De onde veio esta crença insana que a sinceridade seria capaz de sobreviver à hostilidade da existência?
Eu necessito, desesperadamente, da proximidade emocional que o amor me traz, e quando não o sinto isso me destrói. Mas eu prometo que todas as vezes que você estiver no chão, eu rezarei por você, mesmo que isso não resolva absolutamente nada, - e normalmente não resolve - sentirei que de alguma maneira estarei mantendo viva a minha presunção de ser capaz de cuidar de ti, e por que não, de de te fazer feliz.
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