quarta-feira, fevereiro 27, 2013

No amor e na Dor


"Porque na verdade estavam ligados até a morte por um vínculo mais sólido que o amor: uma dor comum de consciência"
Cem Anos de Solidão.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Adieu Monsieur...





Esta noite sonhei com você, aliás, acho que a minha vida toda sonhei com você... Mesmo antes de você “voltar” e me levar para além das “montanhas”. “eu já fui teu sol, fui teu luar...”.
É exatamente assim que me sinto, convicta de que já fui um mundo para ti e você era a parte deste mundo que fazia tudo ter sentido. Sonhei que colocava em teu dedo o anel mágico... Sonhei que era fácil viver e sorriamos de todo o tempo em que o tempo nos impediu de perceber! Tenho sido continuamente submetida a todo tipo de consequência de cada ato meu. Tenho colhido diariamente cada sentimento e emoção que plantei neste solo complexo da vida. Olho nos olhos do meu pai, vejo toda a tristeza dele por não ter sido capaz de “me salvar, de me proteger”, se nem ele foi... Como pensar que você o seria? Ele não entende, eu não consigo explicar, pois também não entendo, só sei que renasci para descobrir qual “porta” faz sentido. No momento, nada pulsa, não há coração, no momento, esta tudo parado, mortalmente silencioso, mortalmente pálido; no momento eu vejo uma foto minha, linda... De uma ‘outra existência’, vestida de noiva, sorridente e esperançosa - isso ocorreu naquela vida... Em que acreditávamos no amor e na imortalidade dos sentimentos capazes de sobreviver às intempéries do tempo e da própria realidade... No tempo em que éramos fortes, belos, sábios e genuinamente felizes, pois acreditávamos na magia e no amor.
No momento mal consigo reconhecer aquele sorriso despretensioso na foto, não fossem os grandes olhos curiosos, da minha eterna menina, mal eu veria que se trata de mim ali, naquela imagem perdida no tempo que o próprio tempo levou...

domingo, fevereiro 03, 2013

"..."




Estes dias li algo sobre as reticencias, aqueles três pontinhos mágicos que sempre nos mantém em suspense e, igualmente, mantém ‘suspenso’ nosso destino, ou futuro. Também nunca gostei do ‘ponto final’. Não me agrada esta ideia de um fim irredutível, inexorável e inegociável em nada nesta vida! Eu gosto da expectativa que estes três pontos mágicos trazem, ainda que nenhuma delas se concretize no final. Na verdade não importa o que irá acontecer, importa que seja imortal, não apenas ‘enquanto durar’, mas principalmente ‘após o fim’. Não se esqueça, eu ‘já fui você’ por muitas noites delirantes e inebriantes, tão intensas que, como tatuagem, cravam na alma suas marcas. Você já ‘foi eu’ em cada momento que se dispôs a conhecer o meu mundo, meu sagrado espaço encantado, você quase chegou a ‘sentar’ na minha old chair... Aquela de onde eu vejo meus sonhos se realizarem, em um lugar onde só aqueles que não se deixaram amargar com a ‘crueza’ da vida podem enxergar. Eu lamento, profundamente, que tenhas se tornado o oposto daquele garoto encantador e confiante que eu conheci um dia, que me apaixonei perdidamente, que me entreguei mesmo 'sem conhecer’ – porque tinha um coração! Que acreditava no destino e nas canções... Lamento que tenhas se transformado em um daqueles que desistiram sem se quer lutar, por medo da derrota, se retiraram da batalha. Pior, por medo, mais ainda, da vitória. Preferiu se acomodaram com o raso, o superficial, o que a maioria tenta desesperadamente se convencer que é o ‘melhor’:  viver uma vida medíocre, segura e sem riscos, com uma quantidade cada vez maior de experiências de todas as ordens e uma qualidade cada vez menor de experiências que valham a pena refletir sobre, que valham a pena deitar na cama e reviver na memória durante a noite. Sabe por que eu larguei tudo e te escolhi? Porque você era justamente o oposto deste marasmo de pessoas infelizes com suas vidas e, que para se conformarem melhor com isso, tinham que perpetuar a ideia de que a viver “aquilo” é impossível! Afinal, tem que ter coragem para amar, e amar o outro quando o outro desmorona, quando o outro surta, quando o outro não sabe mais onde esta! Tem que ter coragem para amar não só na alegria, mas na dor, na confusão, na desilusão!!!! Cada paixão é linda, é inebriante, traz tudo aquilo que facilmente nos envolve: mistério, sedução, surpresas... Mas todas elas terminam e o que fica depois disso? Depois que este momento sedutor se vai, o que sobra, afinal? As mesmas rotinas de sempre, e o que faz uma história valer a pena? Os motivos pelas quais se acreditou nela desde o começo, aqueles que a razão não sabe explicar! Amar é uma escolha que requer coragem. Amar quando tudo vai bem e os sorrisos são largos é fácil e não dignifica ninguém, não traz saltos qualitativos, não nos faz melhores, pois é cômodo e simples. 

Mas... Para terminar como tudo começou...