Não sei como começar este pedaço de reflexão... Não sei como
expressar como isso tudo me destrói, me consome e me liberta – da maneira mais
agressiva que jamais pude imaginar-, mas liberta. Todo meu pranto você enxugou
com devoção, toda minha insegurança se esvaiu a medida que você sedimentou minha “calçada encantada”, mas a vida é demasiadamente complexa para fazer sentido, quiçá perfeita. “playing by the rules”... É tudo que me resta, após todos estes anos
de buscas intrigantes, nas noites mais improváveis, sob as árvores solitárias
da minha adolescência...
E ainda que nada de concreto tivesse sido construído... Havia o futuro,
transbordando de sonhos infindáveis, havia a certeza de que em algum momento eu
seria recompensada por acreditar cegamente – e ingenuamente – no “poder” do
amor capaz de fazer "a terra girar em minhas mãos"! Mas eu me traí!
Embora os meus fins de tarde ensolarados permaneçam intactos - nos meus eternos 16 anos - você continua sendo meu anjo e, como na minha infância,
eu continuo pecando – toda vez que hesito entre a dor e o amor. Mas, sabe? Eu
ainda estou viva! Ainda consigo respirar!
Poucos são aqueles capazes de enxergar além destas rasas
palavras cheias de sentimentos contraditórios despejadas nesta despretenciosa tela em branco. E só aqueles que enxergam a minha
alma e, que de alguma maneira um dia a tocaram, podem compreender o segredo que
guardo e queima dentro de mim. No mais eu estou bem, vivendo dentro do quadrado perfeito que eu criei para
minha própria segurança. Ele é de certa forma ‘seguro’ e tão cinza quanto os meus
mais indeléveis medos.
Um comentário:
Nossa!!! vi esta reflexão como espelho é exatamente assim que me cinto.
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