domingo, outubro 28, 2007

Silêncio, por favor!

Silêncio por favor, porque hoje estou de luto.
Silêncio por favor, porque hoje estou reverenciando meu passado póstumo.
Silêncio por favor, porque tenho rosas entre as mãos para homenagear minha ilusão de outrora.
Silêncio por favor, enquanto me entrego à sinfonia cálida e terna que toca por entre os dedos da minha existência quase feliz.
Silêncio por favor, enquanto escuto o vento fazer coro à minha doce cantiga carregada de nostalgia e de um momento de paz.
Silêncio, por favor! Não diga nada que eu já não possa acreditar, nada que eu já não possa mais esperar, nada que um dia não mais cumprirá.

"(...) Tudo o que quer me dar, é demais, é pesado, não há paz!".

sábado, outubro 27, 2007

Você chegou

Você chegou... Chegou... Tão suave quanto uma tempestade.
Chegou... E chegou... Tão sutil quanto um furacão.
Chegou... E chegou... Tão doce quanto fel.

Você chegou e abriu a porta da minha alma. Penetrando no interior do meu mundo confuso e quase feliz.
Você chegou e desorganizou todo o caos ordenado que em mim residia.
Agora... Você se foi! Levantando a poeira dos girassóis que havia em meu jardim.
Se foi podando as flores azuis que enfeitavam a minha noite, por entre as pétalas lilás.
Se foi cerceando a ternura que morava em mim outrora, a partir do teu reflexo, quase feliz, de um garoto encantador.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Como Pôde?


Como pôde dizer adeus quando eu mais necessitei de tuas mãos firmes e fortes, para me guiar nesta imensidão?
Como pôde esquecer todas as gotas de chuva na minha janela nas noites do outono cinzento? Como pôde permitir tal desilusão?
Como pôde sepultar o meu coração lilás?
Permita-me segui-lo por entre a densa noite, através das tempestades, invadindo os pântanos intempestivos da sua alma...
Permita-me... Permita-me odiá-lo com todo meu amor, e afogar as minhas ânsias com toda dor que vi através dos teus olhos... Na noite da chuva, na noite do sonho, na noite do nuca mais...
Que assim seja.
Amém.

domingo, outubro 21, 2007

Sou...

O que eu sou? Apenas um poço de ilusões.
Quem eu sou? Apenas uma imagem desfocada de outrora.
Por que eu sou? Pela mesma prerrogativa que o universo o é.
De onde eu sou? Das dunas e arenas de Tebas.
Para onde eu vou? Para onde tua musica me levar.
Para quem eu sou? Para quem a sombra do sorriso possa me alcançar.
No dia que em que eu deixar de ser haverá, apenas, uma lembrança no ar, e aquela sensação de que nunca fui embora....

Por entre as flores...

Que a magia te envolva nas noites de frio, e que o sol te guie nas manhãs de primavera, por entre as flores mais belas e perfumadas, para te mostrar a direção quando a chuva cair e a noite chegar no final do outono...
Espero-te no verão... Para aquecer a minha alma de poesias azuis...
Espero-te em outra vida... Onde eu te reconheça através das tuas palavras fortes e energizadas que outrora me conduziram pelos pânatnos frios do mundo...

sexta-feira, outubro 19, 2007

Tormenta.

Que a chuva lave toda minha angústia!
Que a tempestade ecoe todos os meus tormentos e gritos mudos das noites vazias!
Que o devir me mostre algum caminho... Qualquer caminho... Que tenha coração!
E que o teu silêncio e distância continuem a refletir o vulcão que há em mim, a partir da tua imagem pálida, cálida e mágica.
Hoje preciso da noite, dos raios e trovões... Para ensurdecer a minha dor latente e minha vontade de ir embora...

segunda-feira, outubro 15, 2007

Who Am I?

Quem sou eu?
Uma pergunta que não quer calar....
Sinto-me uma fonte inesgotável! Inesgotável de dúvidas, desejos, vontades, alegrias, curiosidades, ansiedades, esperas, esperanças.

Sinto-me nas ruas estreitas de Tebas, carregando o turbante da sabedoria no alto da minha cabeça delirante.
Sinto-me embaixo da soleira, espiando a cantiga mais linda que já ouvira dos lábios de um mortal.
Sinto-me entorpecida diante daquele beijo, daquele cheiro, do seu amor.
Sinto-me perdida, sozinha e infinitamente ansiosa por uma "chegada", uma entrada, qualquer sinal, qualquer aviso, aceno ou palavra.
Sinto-me cansada, mas, ao mesmo tempo, insone e inesgotavelmente acordada para buscar as respostas que não estão escritas em nenhum lugar deste universo.
Sinto-me enfeitiçada ao te encontrar e entediada ao te esperar, sem nunca chagar!
Sinto tanto... Tão forte e tão profundo!

terça-feira, outubro 09, 2007

Estou...

Estou sensível estes dias... Sensível como uma criança, aliás, como a criança que reside em mim.
Estou reflexiva, saudosa, introspectiva e melancolia... Não posso sufocar o meu lado mais real! Não posso deixar de escutar o que meu coração insiste em querer dizer.

Aguardo notícias, segredos, passados revelados e noites cintilantes... Talvez eu espere demais, ou, talvez, a magia ainda nem tenha começado de verdade.

Não me canso de repetir como fico encantada quando me reporto àquela escada ou àquela madrugada chuvosa. Não me canso de rememorar cada esquina do meu passado, cada trilha, rota, rumo, atalho... Não me canso de esperar um sinal e também de desvendar um mistério.

Quando eu era mais nova, costumava crer que todo sentimento era sustentado pela sua exata dimensão em outrem, nem que fosse à direção contrária, mas tinha de haver um eco, um reflexo, para toda e qualquer emoção despertada por outrem em nós.

Hoje costumo reencontrar-me através de pedacinhos de gente espalhadas por aí...
Gente que nunca vi, mas que mostra a mim mesma através da sua existência. E isso me fez desmistificar a minha crença juvenil, de que tem que haver uma razão linear para o sentimento. Na verdade, o que há, são ecos nossos espalhados pelo mundo. Nada determinístico assim, mas profundamente belo.

Descobri que você mexe comigo justamente por fazer parte do meu passado, justamente por ser ausente. Descobri que a presença me anestesia, que a realidade me espanta e que liberdade é poder fechar os olhos e sonhar em paz.