sexta-feira, novembro 12, 2010

Down on my kness on the cold floor


Hoje eu estou genuinamente triste, infinitamente triste, absurdamente triste, mortalmente triste! Hoje eu estive além do fundo do poço e, por pouco, consegui voltar. Hoje eu vi a derrota do meu ídolo, a morte de tudo que acredito e a silenciosa angústia da barulhenta ausência de paz em meu coração. Hoje eu chorei como uma criança, me ajoelhei sem esperanças e rezei como uma santa pela minha salvação! Hoje eu aprendi que nunca estive tão perto de não saber nada, que nunca estive tão certa sobre as incertezas que permeiam a nossa existência, que o mel é tão amargo quanto o fel na ausência de qualquer sentido para experimentá-lo e que a vida pode ser singularmente perfeita quando não buscamos absolutamente nada!

Não quero, não vou e não preciso mais ir ao inferno para saber quão insuportável pode ser uma noite fria de outono. Não vou mais tentar entender as verdades expostas através dos séculos, porque não existem verdades, não existem mentiras, o que existem são apenas mentes vagando em momentos diferentes neste caleidoscópio universal e sem sentido que nos une.

Não quero ser a santa que vai te salvar um dia, nem mesmo o demônio que te fará arder na imensidão da dúvida. Quero apenas existir sem ter a menor pretensão de descobrir qualquer sentido nesta vida. Eu juro que te amei com a força de uma guerreira, com a leviandade de uma profana e a ternura de uma criança. Eu sei que te odiei igualmente com todas estas forças através do reflexo que mostrava uma sombra de mim mesma no espelho da sala vazia da casa da minha mãe. Eu prometi que velaria por teu sono até o fim dos tempos, mas eu falhei, eu cai, eu fui incapaz, sequer, de acender uma vela para que pudesse perceber a minha existência além da minha respiração. Eu fui cruel, fui ferina, fui vítima, e até mística, nesta tentativa absurda de te fazer feliz. Eu fui insana por acreditar que poderia ter alguma chance sobre tal propósito. Fui tão infantil por aceitar as flores azuis que me trazias dos campos como se fosse possível possuí-las em mim.

Hoje eu estou no chão. Down on my kness on the cold floor, e não há nada neste mundo que me faça querer sair daqui, não há nada neste mundo, agora, que me faça querer olhar para traz, para frente, ou mesmo para os lados. Quero apenas fechar os olhos e manter a minha respiração até adormecer. Quem sabe assim eu encontre um pouco de silêncio ao descansar que possa ser capaz de me levar para além de tudo que acredito e que me rodeia nesta noite sombria.