sábado, dezembro 25, 2010

Pensei...


Eu nunca pensei que passaria a vida inteira tentando... Nunca pensei que passaria a vida inteira perdendo-me de tudo que eu sempre busquei para mim! Quando eu era mais jovem e as coisas pareciam genuinamente mais simples e belas, eu costumava acreditar que lá no futuro eu construiria aquele castelo de areia suspenso no ar para o mar não derrubar. Porém... Assim como todas as mentiras que costumamos acreditar quando somos crianças, esta me trouxe um peculiar e amargo sabor a medida que o tempo foi passando, pois junto com a desconstrução desta crença veio a destruição do meu ingênuo sorriso de criança e de toda a ternura que vivia suspensa no céu do meu quarto enquanto eu dormia.

Eu cheguei a pensar ter perdido todo o suspiro do mundo quando você foi embora, eu desmontei todas as minhas verdades e reneguei-as contundentemente assim como minha heroína o fez ao ir em busca do impossível sob a tempestade mais insana e cruel que seu corpo poderia ser capaz de resistir. Como ela, eu quase morri, mas sobrevivi... Até pensar ter encontrado de novo toda a alegria do universo quando te conheci. Isso não é um problema meu, mas de alguma maneira é o problema que “achei” para mim. Agora tenho que lidar com estes malditos pensamentos... Tenho que lidar com o fato de que sou mais imperfeita do que supunha, sou mais egoísta do que gostaria e sou mais generosa do que pretendia.

sábado, dezembro 18, 2010

Palavras...


E quando as palavras são insuficientes e rasas para transmitir o que sentimos? Aliás, quando estas palavras foram capazes de traduzir qualquer centelha de emoção humana sem sacrificar toda sua essência indescritível? Quando não há mais verdades capazes de serem mostradas ao nosso redor, o que nos resta? E quando o mundo dorme e ficamos sozinhos... Caídos, com as limitadas e enfadonhas palavras que de forma quase infantil nos esforçamos para desenhar nas páginas em branco das nossas emoções, paixões, razões?

As vezes eu tenho vontade de gritar, eu PRECISO gritar, mas não sei como falar o que sinto e como sinto! As vezes eu tenho vontade de sufocar escandalosamente toda a minha angústia até ela se enfartar de si mesma e me deixar em paz, morrer solitária como ela as vezes me faz! As vezes eu preciso me confessar, eu preciso chorar, apenas desabar sem precedentes e deixar que toda a tristeza do mundo atravesse meu corpo e saia com as lágrimas pálidas que percorrem o meu rosto para bem longe de mim... Para um lugar onde, quem sabe, nunca mais possa voltar a me encontrar.

Eu queria tanto poder ser capaz de lidar com estas palavras que me atormentam agora e me forçam desesperadamente a escrever esta despretensiosa página perdida no tempo da minha vida... “Se ao menos foste capaz de expressar minha emoção...”. Se ao menos através de ti eu pudesse abrir meu coração... Sem medos, sem “meas palavras”, sem “senões”, talvez eu pudesse deitar a cabeça no meu travesseiro e dormir esta noite o sono dos anjos, ao menos esta noite, sem culpas, sem medos, sem tentar explicar o inexplicável.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Escolhas...


Escolhas... Quanto suas escolhas são capazes de destruir você?

Eu nunca estive certa de que nasci para fazer escolhas. Escolher traz em si o peso da responsabilidade de abrir mão de algo, eu não nasci para abrir mão de nada nesta vida. Pois eu necessito até do que eu não preciso!

Escolher é como matar alguma coisa que não poderá mais ser. É como “tolhir” um campo infinito de possibilidades, é como impedir o nascimento de um ser.

Eu passei a vida inteira acreditando ser capaz de lidar com as frágeis e ególatras emoções humanas. Pensei estar - de forma quase patética, meio arrogante e ingênua - acima destas questões mundanas e pequenas, afinal de contas eu sempre soube exatamente o que fazer!

Eu sempre tive as rédeas de todas as minhas histórias nas mãos. Mas e quando a vida te mostra que você é só uma peça insignificante neste quebra-cabeça em que sua vontade, desejos e certezas, não valem absolutamente nada? Eu jurei para mim mesma que se machucasse mais alguém eu sairia de cena e excluiria minha caixinha de segredos do mapa, enterrando junto com ela todas as minhas graciosas precauções cuidadosamente articuladas para proteger você. Mas que tipo de presunçoso ser é capaz de acreditar que a verdade é como nuvens em um dia de sol que se exibem graciosamente sem receio de mostrar exatamente o que são? De onde veio esta crença insana que a sinceridade seria capaz de sobreviver à hostilidade da existência?

Eu necessito, desesperadamente, da proximidade emocional que o amor me traz, e quando não o sinto isso me destrói. Mas eu prometo que todas as vezes que você estiver no chão, eu rezarei por você, mesmo que isso não resolva absolutamente nada, - e normalmente não resolve - sentirei que de alguma maneira estarei mantendo viva a minha presunção de ser capaz de cuidar de ti, e por que não, de de te fazer feliz.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

No passado...


Eu estava apenas sentada, tentando escutar algo novo, diferente, quando percebi que esta “novidade” encontrava-se na “gaveta” da minha memória... Dentro de mim... Algo, na verdade, que transborda através da minha respiração, do meu ser e de toda a minha emoção... Em todos os cantos em que ando, penso, sinto...

Foi aí que descobri que reviver meu passado poderia ser a única maneira segura de adentrar meu futuro. Eu caí sobre meus joelhos em prantos e agradeci aos santos por ter me mostrado quão tola eu fui durante todo o tempo em que nutri tanta fé nos anjos e nos homens. A definição da tristeza seria um mergulho na noite gelada de outubro dentro do meu coração paralisado após a sua derrota, após o término do seu amor, após tudo aquilo que me fizeste acreditar quando eu era feliz nos teus braços - olhando os pássaros levarem consigo meu coração enternecido dos beijos que me davas na primavera ensolarada... A solidão pode ser definida através da foto antiga que tenho guardada dentro de mim.... As lágrimas seriam apenas o sintoma deste sentimento, que sempre tive medo de viver e que, ironicamente, sempre me acompanhou na jornada que eu impus a mim mesma ser capaz de fazer: ser feliz neste mundo confuso.

Eu estaria sendo injusta se deixasse de citar toda a beleza que seu amor provoca em mim e toda a magia que a existência me revela quando sou capaz de respirar a brisa fresca das noites quentes ao teu lado. Mas apenas nos dias mais cinzas eu consigo mergulhar na essência do universo e perceber, através da dor, a grandeza e o significado do existir. Não, meu amor, não me tome como melancólica, apenas entenda que a melancolia é o mais sincero caminho do coração, da emoção, do sentimento e até da razão. Nunca se esqueça que eu verti rios de lágrimas por ti quando foste embora e, nesta hora, pude descobri a grandeza do que significavas para mim. Não, meu amor, eu não pretendo ser triste, apenas não brigo com a tristeza quando esta me visita e mostra tudo que nossa consciência não pretende enxergar e lidar para viver. Não, meu amor, não me tome por desiludida, pois sou capaz de sentir o mundo girar em minhas mãos quando estou submersa no fogo da paixão e sou até mesmo capaz de ser a mais feliz das criaturas nas noites frias de inverno.

Sim, meu amor, me leve contigo para além de todas as coisas sem importância que a humanidade passou toda sua existência tentando entender.