sábado, setembro 19, 2009

Presente.


O que significa intimidade? Qual é a real dimensão em ser íntimo de alguém? O que isso implica diretamente nas nossas vidas? É pateticamente estranha a forma como nos relacionamos durante a vida. É como se saíssemos de cena e tudo aquilo que era tão real e concreto se transformasse em , em um grande e distante lago vazio entre as pessoas que um dia já foram tão una. Nós passamos alguns anos, meses e dias das nossas vidas construindo emoções junto com alguém, nós chegamos muitas vezes a construir outros seres junto com alguém e, de repente, apenas porque determinou-se, nós viramos um estranho diante das pessoas que nos foram tão intimas, que moldaram junto conosco nossa própria existência... Nós perdemos a espontaneidade, a dimensão do carinho, do amor, do cuidado e a intimidade que nos fez sentir aconchegados quando determinamos um fim diante de alguém. É estranho, soa falso, porque de repente é como se tudo aquilo nunca tivesse existido, porque o presente é muito forte e real, e a força do agora é capaz de aniquilar qualquer verdade de outrora. O que será que levarei desta vida? Memórias individuais findadas em tempos ególatras? O que será que podemos dizer que é nosso de fato? Nem a nós mesmos possuímos, quiçá... Perdi a vontade de construir castelos de areia, perdi a vontade de construir um lugar seguro face ao futuro que indiferente aos meus sentimentos desmonta cada peça que eu montei com tanto amor e dedicação como se fosse poeira de estrela. Você se lembra? Costumávamos ser grandes, costumávamos acreditar que só com o nosso desejo e vontade manteríamos viva a emoção. Costumávamos estar apaixonados nas noites de verão e chorávamos toda vez que a chuva trazia fantasmas consigo. Nós éramos mágicos, eu fui uma heroína e nada disso ficou escrito em canto algum, tudo virou e cinza diante das regras da vida... Que, a propósito, quem ditou?

sexta-feira, setembro 11, 2009

Tormenta nos Sonhos.


Angustiante te ver nos sonhos, angustiante respirar cada momento que estás de volta ao meu lado como um estranho distante. As vezes eu olho para você e enxergo um pouco de mim mesma através da sua indiferença pouco lúdica nas noites que vago entre uma atmosfera e outra de percepções, sons e emoções. Você marcou a melhor e a pior página da minha vida, você escreveu a pior e a melhor história sobre mim mesma, mesmo sem querer, mesmo sem saber, enquanto olhavas para mim com os olhos rasos de emoção. Eu morri várias noites caindo sempre no mesmo equívoco de tentar encontrar as respostas que sempre procurei. Nunca mais achei nada, nunca mais senti nada no estado de vigília que justificasse minha presença aqui... Deixei-me ir de ‘volta para casa’ através dos sonos confusos que tenho quando estou longe daqui... Mas isso não é suficiente, porque não posso ter este momento em mim, ele é tão volátil, tudo é tão fugaz, que não consigo me concentrar e encontrar nenhuma resposta. Tenho andado distraída e envolvida com outras coisas que vão muito além de mim mesma, isso talvez me mate ou me cure de uma vez por todas. Não tenho mais as respostas de antes, apenas as duvidas de sempre, espero que no próximo encontro eu possa ter a minha revanche, eu possa gritar à minha pouca paz!