quarta-feira, novembro 30, 2005

Nuvens

Lá fora o vento frio envolve a madrugada em plumas e desejos quase proibidos. Parece um sonho.
Sempre que despertava "do pesadelo" me via diante de um novo "sonho"! E isso é a mágica que ainda não decifrei. Não quero que nesta aventura lunática eu me veja prestes a cair. Porém, mesmo contra todos os avisos, seguirei firmemente os sinais do meu coração.
Quando eu era criança, não pensava em nada. Apenas olhava as nuvens no céu e observava coisas e lugares a se formarem e a se desmancharem na minha frente. Ficava encantada vendo cada ursinho, anjinho ou cavalinho se dissolvendo no nada. É mais ou menos assim que a vida se mostra para mim; construímos "lugares" e sonhos, e os vemos, muitas vezes, se desmoronando diante de nossos olhos... E, nada podemos fazer, a não ser, aprender a observar a beleza de mais uma figurinha a se juntar. Transformando nuvens em mar!
Quando eu era mais novinha, depois da minha primeira e grande desilusão amorosa, descobri o sentido do amor. Aprendi a olhar ao meu redor e a expirar tudo que transbordava em mim; pintei flores lindas, subi escadas encantadas e delirei ouvindo pianos e bandolins. Finalmente, no caos, me libertei. E desde então, cada quase, cada ilusão, tem me mostrado a firmeza de uma mulher. É lindo ser criança... Lindo o sorriso e a ternura da minha menina... Mas é fascinante ser mulher!
Hoje, sei que as imagens nas nuvens eram meras ilusões. Estas, foram apenas projeções inconscientes e delirantes da minha cabecinha. Logo, qualquer vento mais forte poderia desmanchar, como assim o fazia! Só que a nuvem é real! Assim como os sentimentos. E todas as possibilidades estão na realidade e sinceridade das coisas. Por isso sei que agora, posso construir a imagem que eu quiser no meu "céu". Nada poderá me impedir enquanto o sentimento for verdadeiro.
Agora desvendei mais um dos seus mistérios, vida. E sei que isso só me fará viver cada nova "passagem” de forma mais inteira e completa. A dor amadurece e liberta, mas a escolha será sempre minha, de alimentar a sua ferida ou de me fortalecer com suas lições.

segunda-feira, novembro 28, 2005

O poder do Adeus!

Quando minha mãe abriu a porta senti um leve calafrio pelo corpo. Finalmente, tudo se complicava mais uma vez! E nesta Gestalt, eu giro e giro sabendo cada vez menos e entendendo quase nada. Qual terá sido a verdade das coisas? O que está havendo? O que houve com você? Por que tanta tristeza no olhar, me diz? Para onde foi a tua magia, a tua alegria, a minha certeza?
Durante muito tempo fui como uma esponja, que suga tudo, e se encharca de todas as aflições e emoções da face da terra. Agora, que volto para mim, preciso ser egoísta e jogar toda esta tormenta em algum pedaço de papel em branco. Sinto-me mais leve ao fazê-lo. Não posso mais recuar, eu firmei toda uma convicção e postura naquela noite, na porta da casa, em pé, diante da minha vida... Como adivinhou o lobo certa vez.
Já que toda a certeza desta vida se concretiza, onde será que, ainda, reside tanta dúvida? Para que quero entender o que não tem explicação? E, o que, agora, não faz a menor diferença na minha vida?
Às vezes me sinto profundamente cansada... Mesmo cercada por esta paz de espírito que me põe gentilmente na cama todas as noites... Sinto-me no limite. Será que ainda "moro" ai? E se eu tivesse a resposta? E se, de repente, eu soubesse de toda a essência de certas coisas, que diferença fará, ou faria, hein?
A minha posse por tudo que nunca foi meu me transtorna, mas lá na praia olhando a noite promissora, embora fazendo pedidos descompassados, algo se abriu para mim... E, desde então, não pude mais voltar, eu fiz a minha escolha.
No carro escutava as "vozes" que sempre estiveram presentes nestas horas, e uma lágrima teimosa insistiu em cair no meu peito.
Enquanto eu corria na direção do espelho, estranhamente via-me cada vez mais distante, e quando percebi que a minha força estava sendo roubada, não hesitei em cortar todos os laços e comandar de forma firme e simples a minha vida.
Ainda me lembro de cada palavra, de cada noite de verão e de cada chuvisco feliz que me ninava à noite... Nunca perderei nada nesta vida, simplesmente porque não as possuo. Não se perde o que não se tem! Mas sempre poderei compartilhar de todas as gotas de chuva na minha janela, do canto dos pássaros nas manhãs ensolaradas e de todas as rosas que brotam em campos e jardins.
A liberdade vem quando aprendemos a dizer adeus. Nada é mais forte do que o poder do adeus! Nada poderá levar o passado para tão longe quanto o futuro.
E nada pode me deter agora que já sei de tudo.

sábado, novembro 26, 2005

Na Escada...

Fico noites inteiras vidrada em cada palavra, expectativa e desencontro. "Eles" foram tão fortes, tão íntegros, tão mágicos(....) Deve ser mais uma fábula surreal que alguém escreveu.
Procurei me manter sempre otimista e sorridente. É a minha menina, que sorri sempre... Até na agonia, da infantil tarefa, de ser adulta.
Você não tem o direito de me arrastar assim para a sua tormenta! Tenho vontade de fazê-lo sofrer mil vezes mais, cada segundo da minha vida, que parei para pensar e tentar adivinhar, a sua maldita mania de me confundir! Ando sonhando muito ultimamente, e vejo-me diante de um divisor de águas. Poderia descrever calorosamente cada segundo de prazer que senti, cada tremor, cada emoção... Cada momento que, de olhos fechados, senti seu coração entorpecer em minhas mãos... Foi algo místico, complexamente simples e indescritível. Poderia sugar com toda força o feitiço do tempo e me contaminar com a sua delirante energia. Acontece que há algo mais denso, mais longínquo, mais imenso nisso tudo. Ainda não se o que é...
Que lindo.... Estava na escada, bebendo uma garrafa de água, apenas na escada... Observava a multidão agoniada. E era rainha na escada. Sozinha e infinitamente bem acompanhada. Quem beijaria minha cruz com tanta audácia? Como descobriu que eu estava naquela história? Como conseguiu entrar em mim? Fez-me sentir meses de calor em pleno inverno. Jogou com a pedra mais cara e com minha jóia mais rara sem hesitar(...) Virou uma doce ilusão de outono.
Voltando a canção, e ao "pedaço de papel", surpreendo-me com a leitura de frases idênticas. Talvez porque a sua mensagem ainda não tenha sido "escutada", talvez porque não haja mais nada para esperar de tais palavras.
Enquanto os os meus fantasmas se divertem eu vou esperando toda tempestade passar. E, pode passar bem devagar... não tenha pressa! Não chore por mim quando eu disser adeus. Nunca diga que fará, ou que estará lá(...) Não me faça esperar mais, não ouse brincar.
Não me faça te odiar meu amor!

quinta-feira, novembro 24, 2005

Preciso...


Pela primeira vez na minha vida eu senti, profundamente, como estou precisando de você.
E se você não for, na realidade, quem eu vejo. Continuarei certa de que estou precisando de você. Como o conheci.
Espero sempre te encontrar, nem que seja com outro rosto, outro nome, em outro lugar.

Blue Sometimes...

Lendo antigos pedaços de papel e escutando "melody of you", eu sigo noite adentro. Me jogo de braços abertos em jogos de palavras na ânsia de transcrever algo novo, diferente e aconchegante. Ser poeta das coisas simples é tão desafiador! Não usar de rebuscadas frases para confundir e impressionar é tão simplista e palpável.
Escuto uma melodia, sua melodia... Eu já havia falado dela e de todas as outras coisas que escrevi e que nunca sobreviveram a mim mesma. Não sei se estas palavras farão parte do conjunto de "pedaços de vida" que ando escrevendo por aqui, e deixando escondida para nunca serem lidas. Não sei se minhas palavras, assim como eu, irão resistir às cinzas das horas.
Mas vamos lá, que hoje estou particularmente contente, não vejo nada marrom e em todas as ultimas decisões me senti como na noite de verão na "praça" Castro Alvez. Ali, contemplando o poeta sem notar a sua magnânima presença. Ali, superior a tudo isso que tentou me confundir. Ali, no centro de tudo, onde fui eu mesma, e sempre pude ser assim. Houve passagens bem bonitas. Noites no sítio deitada na grama olhando a via Láctea... Contemplando o passado no céu e sentindo o ronronar do meu gatinho no meu colo, como um anjinho, sonhando por mim.
Quantas vezes me joguei no mar para esquecer? Foram tantas! Mas tantas outras mergulhei na água para sentir. Já falei o quanto adoro sentir? Acho que é isso que faço quando leio um livro, ouço uma música ou venho aqui... Sempre na tentativa de sentir. Sentir... Quero sentir cada vez mais e mais, seja onde for, como for e com que for... Se for por mim que seja sempre assim...Que seja pra sempre... Em mim.
Como eu já disse, a eternidade só existe em "fotografias de memória”, onde algo velho perpetua sua presença, e invade o futuro e o dinamismo da vida com a audácia da sua imagem pálida e desbotada. Quem sabe sejamos assim? Uma fotografia desbotada em pleno futuro?
Boa noite e boa sorte menina.

terça-feira, novembro 22, 2005

Menina

Agora que a tempestade passa, posso olhar pela minha janela e ver o quanto me molhei, quase em vão! Como fui ingênua e crédula! Agora, tenho que sentar, estudar e trabalhar muito(...) Tenho que acordar e colocar a minha "cara" mais decidida e ir. Fui criada para ser assim. Fui criada para entender e escutar. Só que alguém esqueceu de me dizer que eu também podia "falar"! Que eu também podia errar! Deixar a vida levar, ao invés de, continuamente tentar controlar cada segundo da minha existência! Oscilo entre a fé e a necessidade de "galopar" intempestivamente sobre todos os meus dramas. É exageradamente impossível tentar me descrever. Tentar descrever você... Meu amor... Minha vida, meus sonhos e minha família querida.
Meu irmão, às vezes penso que você ainda está por aqui, em algum lugar da casa, sentado, tomando conta de mim e sempre muito desligado me deixando cair, só para me por no colo outra vez. Só para me salvar... Porque sempre foi assim, e nunca deixei de sentir o seu amor e o seu carinho. Acho que no fundo eu sempre busquei alguém que me salvasse e que nesta troca, encantada, eu salvasse também.... Assim como você meu querido, meu irmão!
As pessoas vão caminhando pela estrada do meu mundo e deixando pedacinhos de rosas em meu coração, algumas plantaram espinhos, que hoje uso para me defender, outras, há, que semearam todo tipo de amor e preces que nunca pensei poder sentir.
Amor. Palavra fácil de falar, impossível de se interpretar e indecifrável ao sentir. Agora meu passado passou de relance por aqui, vi a garotinha mais confiante do mundo entrar por aquela porta, pedindo atenção e querendo abrir seu coração. Como pôde me ferir tanto? Como pude permitir que me machucasse tanto assim? A única certeza que tenho é que a vida NUNCA erra, e que seja lá qual for o seu sentido sem razão, meu coração insiste em acreditar em toda essa invenção. A minha verdade será sempre a mais contada, a mais cantada e a mais sonhada. Nunca saberão, e tão pouco roubarão, isso de mim! A minha verdade! A minha menina!

sábado, novembro 19, 2005

No Vento...

Nesse momento penso em você. E, então quisera me transformar em vento....
E se assim fosse, chegaria agora... Como brisa fresca e tocaria de leve sua janela
E, se você me escutar e me permitir entrar, em você vou me enroscar quase sem o tocar...
Vou roçar nos seus cabelos, soprar mansinho no seu ouvido, beijar sua boca macia...
O embalar no meu caminho.
Mas, eu não sou vento... Agora sou só pensamento e estou pensando em você. E se abrir sua janela
eu estou chegando ai, agora... Neste momento, em pensamento... No vento.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Eu!

você poderia ter sido um anjo, e eu seria sua para sempre. Em cada sonho me vi envolvida em noites de intesa euforia. Fui gentiel, cruel e lasciva. Nunca pensei que poderia sentir o vulcão mais de uma vez. Nunca acreditei tanto na força da sua agonia. E agora, quase por acaso, me pego caindo de novo na mesma armadilha. Poderia passar uma noite inteira assim, nada impediria de ser assim. Quando os dias passaram a ser cobertos de gelo seco e o meu sol já não brilhava contra a janela, eu sabia que tinha que partir, mas nunca foi fácil soltar as amarras e abrir as portas para o novo, brilhante e inseguro.
Sempre pensei que tudo na minha vida seria profundamente sofrido, porque sempre cultuei esta crença de que viver era acordar banhada em lágrima. Não sei quem me fez pensar assim. Talvez a certeza de que o meu lugar não fosse aqui, nunca foi, e certamente nunca será. Mas andei driblando os paradigmas e caindo sem para-quedas em mundo de coisas. Cada uma mais forte, mais intensa e também mais difícil que a outra. Não era pra ser fácil mesmo. O fato é que agora me deu uma vontade louca de subir naquela montanha, de desafiar todas as santas e de ignorar os conselhos seguros da minha mãe.
É uma grande ironia tudo isso. Se eu for um pouquinho mais sarcástica posso me divertir horrores com esta situação. Posso fazer dessa tragédia grega um grande circo e ainda roubar a cena com o meu vestido de cetim. Um dia me disseram que nada era por acaso, que tudo estava escrito e que não haveria motivos para sofrer. Só quero saber onde entra a minha vontade!! Só por curiosidade. Quem garante que agora tudo está perdido porque parei lá atrás e deixei a caneta do destino escrever meus dias? Então, não vou mais me preocupar, na dúvida, é só coisa do destino e qualquer coisa eu volto para casa e me consolo dizendo: "Era pra ser assim. Você Nasceu para isso..."
Ainda bem que sempre fui muito desconfiada, e por garantia prefiro ficar acordada, espiando cada "entrada" para, na dúvida, só por segurança, viver mais um pouquinho.... E ser, às vezes, até feliz.

quarta-feira, novembro 16, 2005

De Olhos Fechados

Estava sentada. Pelo telefone confirmava o que eu tanto temia e sentia. Estava profundamente triste, que nem a música da despedida. E nos momentos mais mágicos e mais intensos me vi diante de antigas e infinitas duvidas. Havia aquela hora de falar, de querer falar, de ter que falar, mas não havia como falar... Porque não havia palavras. Como então poderei mostrar o meu "tesouro"? talvez ele não exista para ser mostrado. Talvez ele, sequer, exista ainda. É estranho ver todo o sentido de uma vida "partir" e tudo passar a ser nada. Nada mais existe. Até as lembranças traem, porque nunca, nunquinha mesmo, conseguimos agarrar uma sensação e preservar a sua emoção. Sinto tanto sono agora, sinto tanto em não poder "existir" mais, ali, no meu cantinho secreto.
Havia um piano. Sim, havia uma coisa estranhamente magnética em tudo aquilo e, ao mesmo tempo, assustadora. Nada é real e as vezes de olhos fechados posso enxergar melhor cada pintura, cada tela, cada traço. De olhos fechados posso escrever em meu livro e ler o que nunca foi escrito. Meu Deus! É absurdamente desleal essa cobrança! Eu não sei quando foi que permiti que as coisas ficassem assim! E, eu ainda fico cantarolando mil coisas, escutando uma infinidade de músicas e fugindo sempre para uma delas... Para algum lugar onde eu saiba quem sou eu. Onde eu possa ser eu. Apenas isso.
Sempre acreditei em todas as preces e ainda me vejo anestesiada sem poder escrever, sem saber falar, sem conseguir mostrar o maldito segredo que queima dentro de mim. Eu nunca vou te perdoar, não porque eu seja assim, tão má, mas não sei ainda adestrar meu coração, que insiste em se partir em cada maldito silêncio. Mania infantil de ter que ser! Não quero mais ser nada disso! Quer saber? Vou sair daqui a pouco com minha máscara mais bonita e delirar em meus castelos cheios de castiçais e velas queimando cada pedaço de papel que insiste em eternizar palavras que não significam mais nada. Aliás, está tão confuso tentar falar o que grita dentro de mim agora. Acho que vou deitar e rezar, para quando acordar, saber que eu estive lá. Em cada chão azul.
Eu lutei para ser forte, na verdade, eu acreditei que seria, mas, a cada dia, vejo que a minha fortaleza não reside nas minhas idéias. Infelizmente elas não tem importancia alguma para ninguém!
Eu apenas quero que a orquestra continue e que o homem que eu amo seja para sempre amado(...) Mesmo que distante.
Não queira, meu querido, fazer-me acreditar no inacreditável. Não queira, meu amigo, fazer-me lutar pela derrota certa. Não queira, meu anjo, forçar-me a viver, mais uma vez, sem ti!

quinta-feira, novembro 10, 2005

Noite na Janela

Pisei bem de mansinho. Bem devagarinho mesmo, para não fazer barulho. Abri as cortinas e a janela, e enquanto todos sonhavam eu fui ver como andavam as promessas. Para a minha surpresa continuei seguindo os passos do "livro", descendo e subindo corredores sem fim. Até que alcancei um atalho bem dentro de mim. Sempre aprendi que atalhos são armadilhas, mas, neste caso era a minha única saída, a mais bonita! Enquanto me perdia tentando me encontrar vislumbrei o rosto do meu pai, a me espiare, a me falar, sorrindo, que tudo ia ser lindo, que ele sentia orgulho da sua filhinha e que os nossos planos se realizariam. Fui dormir com a sua fisionomia, serena, cravada em minha alma, senti que meu irmão chegava em casa! Graças! Cansado e sorrindo ele vinha vindo, mais um dia de lutas e de concretizações! Finalmente fechei os olhos e pude sonhar em paz! Porque todos os meus "santos" estavam ali, seguros, dentro de mim.
Não desisti de continuar debruçada na janela, nunca vi noite mais bela! E enquanto perdida escutava estrelas, descobria a minha paz, somente aqui.... Dentro de mim.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Poesia


Tudo resolveu fazer silêncio
Tudo está em completo silêncio. Os telefones se tornaram mudos(...)
Vejo com a cinza das horas a transformação de mil planos, de mil sons(...)
As lágrimas que em minha face rolaram viraram pedra com o vento frio da noite
Mas de onde veio-me este impulso em ser poeta de repente?
Mais uma vez contemplo o barulho do silêncio, que traz mil e uma novidades nesta tarde comum...
Se eu soubesse como escutar os seus segredos, eu juro que não teria errado tanto....
O tempo me fez aprender a decifrar a sua razão enquanto gatos assustados rondam a janela do meu quarto na madrugada.
Eu pergunto-me: em que tempo, em que vida, aprendi a falar a tua lingua?
Sinto que não quero fechar este diálogo, ainda não achei a palavra certa, mas ele se finda....
E, As vezes, não sou alegre nem sou triste... Apenas sou poeta.

terça-feira, novembro 08, 2005

Poeira de Sonhos

Foi só isso que restou? Foi tudo isso!
A pulseira e o nosso retrato, que nunca precisaremos olhar
porque quando fecharmos os olhos, anoite, vai estar tudo ali
Vivo para sempre
Nunca mais vai voltar porque nada acontece mais de uma vez
Cada momento é unico e eterno
E por isso teremos tudo sempre, ninguém poderá nos tirar. Nunca.

sábado, novembro 05, 2005

Então...




Então vem, sorri, porque nós dois estamos só de passagem pela cidade desse mundo. Então vem me amar por uns momentos profundos, e o resto... Bobagem.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Não Sei...


Não sei, mas eu acredito em tudo isso. Em cada comentário, cada retorno e cada palavra não dita. Não importa quem é a "platéia", e sim, quem está aqui agora, em cima do "palco", falando de coisas tão profundas como quem brinca com água da chuva. Sempre há um fundo musical para fazer coro às minhas palavras, quase sempre iguais, mas certamente muito diferentes em cada postagem e em cada tentativa de atingir o meu alvo. É difícil falar com a sinceridade dos "grandes", aliás, quem estipulou este padrão de medida? Quem é o meu parâmetro? O que adianta chocar com linhas inteiras de emoção e não fazer a minha própria vida girar em minhas mãos, ou nas mãos de qualquer sonho que me faça acreditar? Medo, não suporto este sentimento, mas ele é o termômetro que me faz abrir os olhos e prestar atenção. Houve um tempo em que ele me fazia recuar e sentar-me na ante-sala do fracasso. Será que isso significa que cresci? Que amadureci? Ou que enlouqueci? Odeio sentir-me julgada, testada ou observada, me dá a impressão de que a qualquer momento não vou corresponder a uma ação, emoção ou expectativa. Isso inibe-me, mas, também, liberta-me. Afinal, eu estou aqui, pronta para o julgamento de todos "vocês"! Não trago nenhuma amargura em minhas palavras, e talvez isso impeça que eu use a minha arma predileta para ir fundo. Só que não quero falar do que não sinto neste momento! Não estou aqui para causar nada em ninguém! Por que me justifico tanto? Se ser mais leve me fará ser menos profundamente chocante, assim serei enquanto sentir. Afinal, isso tudo só existe porque eu alimento e é a minha essência que nutre cada palavra que eu digo, escrevo ou sinto.