segunda-feira, abril 24, 2006

Seus olhos

Encarei seus olhos que me diziam as mesmas coisas da primeira vez.
Desde sempre... Desde que os encontrei em meu caminho incerto e livre.
Seus olhos... Olhos que sempre buscaram vida, paixão, excitação.
Encarei seus olhos dentro do meu coração que vez ou outra ainda é flechado por tal energia. Encarei tudo que eu mais gostava e me vi do lado de fora da minha própria história; como se fosse possível ser excluída do mundo que se criou.
Ainda não sei parar de olhar seus olhos, ainda não consigo deixar de sentir o que eles me dizem.
Seus olhos... A porta de seus secretos e pitorescos sentimentos por mim... Por nós... Por sons e cores de uma noite carnavalesca de ilusões... Escutando as musicas que tocavam em nossos corações inundados de paixão, mistério e glória.
Quando sinto medo, quando me sinto em completo desatino, ainda vejo em seus olhos um caminho que me leva a mim mesma naquela noite quente de verão. Naquela noite que me descobri tão especial para mim mesma, escutando as minhas palavras como se eu fosse tudo aquilo que sempre busquei para mim.
Noite enfeitiçada no tempo da minha vida! Início de uma era de completa harmonia cheia de declarações passionais e choros amparados por seu colo protetor, por seus olhos encantados... Por meu garoto sonhador.

terça-feira, abril 11, 2006

Por quê?

Por que você age assim? Por que eu preciso tanto "disso"? Por que isso é tão importante pra mim?
Eu sei que ta chovendo... E daí? Que diferença faz a chuva lá fora, agora?
Por que você não me ama quando eu mais preciso de você? Por que você não me “carrega” quando eu mais sinto medo? Por que todas as coisas lindas que posso sentir são tão minimizadas a um diálogo trivial e sem graça? Por que eu sinto tanto agora?
Talvez eu espere demais! Talvez eu simplesmente não saiba aceitar as restrições do teu amor. Talvez eu não seja tão boa assim.
Adoro caminhar sozinha, simplesmente porque adoro me libertar de todos vocês! Adoro não ser de ninguém e ao mesmo tempo me guardar para, quem sabe, o amor.
Talvez eu esteja precisando deitar e esquecer. Esquecer que tive tudo e que perdi tudo da mesma forma. Esquecer que te vi numa tarde tão bela. Esquecer que te vi da minha janela, e te trouxe o sorriso mais doce que ja nascera em meus lábios.
Esquecer que cada vitória é anulada na cinza das horas... Esquecer de todas as "nossas" promessas e do vento frio aconchegando a nossa inútil espera... De se reencontrar em algum lugar... Do passado, do vazio, do nunca mais.
Sou intransigente sim! Ninguém vai me obrigar a esquecer o que eu não quero. E daí que vai doer? E daí que é triste? O pior já passou e isso, agora, não importa mais. A única certeza que tenho é de tudo que vivi; mais nada me fará arriscar ou me entregar!
Posso até dar um “pulo aí”. Posso brincar de me dividir, só pra te agradar, mas, o que é “meu” nunca mostrarei. Brincarei sozinha no meu jardim, no meu pequeno mar de rosas pálidas e serenas.
Uma vez pensei: talvez eu mostre a meu filho as minhas memórias; os meus escritos sem sentido, as minhas historinhas sem lógica. Mas, pra quê? Por mais que venhas de mim, serão apenas relatos de alguém bem distante, alguém que não fará sentido para filho algum. Simplesmente por que nada será capaz de me sentir! Pra que compartilhar tudo? Quem se importa? Pra que essa necessidade de me fazer imortal através de “Você”? Pra quê?
Pra nada... Não preciso de mais nada... Só de mim mesma, agora, para me levar ao céu. Para me fazer esquecer e sonhar... Para simplesmente me fazer existir, viver e sorrir, sem ter que pensar em mais nada. Para simplesmente ser eu mesma neste doce véu de ilusão.