segunda-feira, abril 07, 2014

Descanse em paz!




Diante da  morte – que nada mais é do que uma formalidade da vida – segundo um grande amigo, percebemos, de fato, o valor de uma existência. É realmente muito bonito e gratificante quando conseguimos encerrar um ciclo – não só em  vida – mas de relacionamentos também, carregando em nós o carinho e respeito por alguém que em algum momento da sua existência dividiu a própria história conosco. É deplorável quando amarras mal resolvidas mostram que havia uma “névoa” embaçando os reais sentimentos e motivações das pessoas que já passaram em nossas vidas, pois neste caso, não há legado, não há ganho, só mágoa, pior, só há vazio, ou seja, não há nada!

Não, não levamos nada, absolutamente nada, desta vida, nossas "bagagens" serão memórias e histórias, "nosso valor como ser humano será medido no exato momento em que perdemos a nossa
“utilidade” diante do outro" e é nesta hora que constatamos, realmente, qual foi o nosso real valor nesta história. 

Eu guardo em mim caminhadas gratificantes, encontros marcantes e momentos mágicos com seres humanos encantadores, os quais sou e serei eternamente grata de ter compartilhado parte de minha vida um dia. Sim, momentos mágicos, na acepção estrita da palavra magia. Mas guardo também decepções colossais e surpreendentes. Não posso dizer que as desilusões me fizeram mais forte ou melhor, na verdade me fizeram admitir um lado triste do ser humano, nebuloso, perverso e indigno, ao macular algumas das que deveriam ser lembranças sagradas - nas prateleiras da minha existência. Acredito muito mais na força do amor, aquele amor que se transforma em respeito, carinho e consideração do que no “aprendizado” que o desprezo e a mentira trazem. O que isso nos ensina, de fato? Como isso pode nos fazer melhores? Como viver uma mentira pode ensinar algo a alguém?  Isso, ao meu ver, não é aprendizado, é a constatação de que infelizmente usamos e somos mais usados do que amamos e somos mais amados. Isso é triste, é lamentável.

Eu sempre escolhi aquele amor que persiste em existir através de uma memória grata e confortável de uma época feliz! Guardo em mim sensações reconfortantes comungadas por seres humanos que foram especiais em minha caminhada e isso, nada, nem ninguém - nem mesmo a morte- pode me tirar! O fato é que no final, tudo o que teremos para levar pra a velhice - e posteriormente ao túmulo - serão as nossas memórias. Memórias de “caminhos escolhidos com o coração”, memórias de dias felizes e encontros especiais, de seres humanos encantadores que deixaram suas marcas em nós e levaram consigo algo de belo também.

Descanse em paz!