quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Sob as águas (...)

Estava em baixo d´água. Sob a superfície sentia teu corpo nu, ardendo dentro de mim como um fogo que queima a ferro a pele. Um sonho profundo... Um toque delicado e arrogante, levando toda minha inocência e desejos a um êxtase sem pudores, sem vergonhas. Senti cada suspiro e afago como em um terremoto. Onde o tremor das emoções tira o chão dos pés e a razão das inibições.
Foi um sonho... Não! Foi um estado de espírito, ou quem sabe, quando nadei até o outro lado do lago, “acordei” para ti e ai sim, dormi para a glória de me sentir mulher em teus braços.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Tristeza inexata

Minha tristeza hoje não é exata, não é compreensível e muito menos traz alívio algum.
Rodas gigantes de emoções. Moedas de vários lados. A eterna duplicidade que sempre me carrega e que me leva a um estado de cansaço interior quase insuportável.
Esperava mais. Sempre espero mais do que o possível. Até que um dia cansei e passei a não esperar NADA. Nada que pudesse se realizar plenamente. Aprendi desde cedo que a vida está longe de ser um lugar a passeio.
Quando tenho que voltar a crer de novo, preciso do dobro de forças de antes. Ando "caindo" em todas as promessas, e isso é quase tão bom quanto preocupante.
Uma vez que ninguém enxerga o que se passa dentro do meu coração, cuido para não deixar vir à tona a minha mais verdadeira emoção. Cuido de “deitar” em meu mundo secreto e esquecer que um dia quase fui feliz. Medo? De que, me diz? Depois que se conhece o fundo de um abismo sem fundo, nada é tão apavorador assim. Só não quero ir lá de novo, mas e se for? E se tiver de cair e descer?
"Quando estiver sozinho, quando nada nem ninguém fizerem mais sentido, lembre-se: você está livre agora".
Olhe bem nos meus olhos e não diga que eu não avisei.
"- É nisso que apostas? Ta disposto a correr todos os riscos? Então não esqueça de me deixar em paz depois do fim!”.
Sagrado mesmo é o meu “altar”. O verdadeiro e único rumo da minha vida. Jamais deixarei quem quer que seja entrar lá. É meu refúgio e a minha única razão para me mostrar, às vezes, a todos vocês.
Meu "altar" ...Quem sabe não consigas penetrar?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Meu anjo, meu sonho, meu amor.

Meu anjo, meu sonho, meu amor.

Anjos sempre me trouxeram a impressão de paz e proteção.
Sonhos sempre me levaram para o melhor lugar que já pude estar nesta vida.
O amor sempre me fez acreditar, mesmo quando não havia mais em que acreditar, em um "dia" melhor.
A última vez que escrevi o quanto acredito na vida e o quanto sei que esta não erra, não podia explicar, ainda, de onde vinha toda a minha certeza e convicção.
Descobri muitas verdades cedo demais, o que me apresentou à amarga sensação do descaso, rápido demais. Revivi uma existência inteira sentada numa janela, no soton de um lar que não era, sequer, a minha casa... Esperando o meu “amor” voltar. E mesmo não tendo nenhum sinal, eu, ainda, insistia em esperar. Até que um dia percebi que ele nunca viria.
Depois que a realidades das relações tiraram todo encanto e poesia dos meus quinze anos, e a "porta" das minhas emoções não carregavam mais nenhum segredo, nada foi, mais, tão traumático assim. Eu me acostumei a viver.
As perspectivas que surgiam, sempre previsíveis e insuportavelmente comuns, eram o que eu mais desejava nesta vida.
Não que hoje eu tenha descoberto aquele potinho de ouro do outro lado do arco-íris, mas, apesar do tempo arrastar todo encanto desta busca, floresce dentro de mim uma idéia vaga e perdida de, quem sabe, encontrar o meu tesouro!
Certamente lá... No lugar onde estará o meu coração.

domingo, fevereiro 12, 2006

Declaração (....)

E diante de todos os olhos, severos e frios, que a julgavam, ele disse:
***
“Só quem não a ama são os hipócritas, os falsos moralistas.

Para quem a sua retidão é uma afronta.
Só a condena quem não a conhece. Para conhecê-la basta olhar em seus olhos. Inocência é o que vão encontrar em seus olhos!
É isso que eu gostaria que os senhores fizessem: apenas olhassem.

Enxergá-la colocando de lado todas as convenções sociais, Preconceitos.
Todos aqueles que conseguiram isso passaram a admirá-la, a amá-la...
Como eu amo”.
***
E diante de todo tumulto os dois olhos se calaram em um silêncio cúmplice e profundo, onde nada, nem mesmo a insana condenação humana seria capaz de separar, de destruir (...).

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Pessoas (...)

Observo as pessoas. Posso ver no fundo dos seus olhos, ofuscados, o quanto seu brilho se apagou.
Por muito tempo o sorriso foi verdadeiro, a luta foi sincera e o sonho foi seguido. Mas, logo adiante existiram pedregulhos que se transformaram em imensas barreiras.
Insólitas e frágeis pessoas. Pobres pessoas (...) Mortas dentro de si mesmas.
Seus olhos são os únicos caminhos ao seu interior, sepultado e seco. O orvalho da noite não mais as comovem porque elas cresceram e seus sonhos acabaram!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Livre amor

Um dia desses me falaram sobre publicidade. De como algo tão "público" pôde de repente ter se tornado tão "privado". A verdade é que nada aqui é "privado" o suficientemente, e muito menos sobrevive a tal "publicidade". Por mais que me esconda atrás de nicks e pseudônimos, estou aqui. E isso, de certa forma, me torna acessível a todos. Exposta, pública mesmo! Podem não saber quem sou eu, mas eu sei! Se eu quisesse tornar tão impenetrável assim, os meus segredinhos ou as minhas loucas emoções, não as escreveria sobre nada que pudesse me denunciar. Mas, eu quis! Foi uma opção. Talvez tenha sido uma tentativa de dividir um pouco de mim com o mundo, com os poucos que me "lêem", ou para tornar consciente a minha percepção sobre mim mesma. Uma verdade eu aprendi: “Não há tiroteio onde não morram inocentes".
Mas saber que me machuquei também não te faz sentir melhor, não é?
Andei pensando sobre a incompatibilidade da "importância", digamos assim, que as pessoas trocam entre si. Por muito tempo cheguei a crer que só havia uma forma de identificar um sentimento verdadeiro: a reciprocidade deste, na mesma intensidade. Só que ainda há casos que não faz o menor sentido! Como disse-me um amigo: Se você escolher as "escolhas" do outro estará "pagando" o preço dele e não o seu! Ainda não encontrei uma resposta para esta discrepância de emoções, mas a verdade é que isso não importa! A questão não é o que nos faz ser ou estar apegado a algo ou alguém, e sim a lição, o que ISSO nos acrescenta na trajetória. Em que isso faz a diferença na hora de escolher entre ir ou ficar. O apego é um fantasma que nos assombra a toda hora. Nada mais angustiante do que viver na iminente espera de uma separação. O segredo certamente mora ai.
"Voa meu coração. Voa meu amor, vai para bem longe de minhas asas e dos meus olhos. Sacia toda a sua sede e finalmente retorna, se assim fordes de teu desejo. Sem medos, sem apegos, só com amor. Caso contrário, segues teu rumo, encanta paisagens, descobre sentidos novos e semeia em teu caminho razões que façam tudo valer a pena. Que façam tudo ter valido a pena".
Essa é a mágica que ainda precisamos descobrir. Viver ao teu lado é um sonho, mas eternizar um amor sem "prisões", senões e rancores é a paz. Você me dá paz, me traz sonhos.
Abrir mão de uma felicidade é quase um pecado, até seria, se não enxergássemos o mais importante e nobre desta viagem: a troca que tivemos e todas as pontes que construímos. Este É O OBJETIVO! O resto é só uma conseqüência, talvez, mágica de vivermos para um amor e fazê-lo renascer na cinza das horas. Lembre-se do objetivo! Isso é o que nos faz ter integridade, serenidade e paz. Penso que no dia que soubermos cultivar a liberdade, aí sim, saberemos semear o verdadeiro amor: Livre, aconchegante e profundamente em paz.
Que assim seja.