sexta-feira, dezembro 10, 2010

No passado...


Eu estava apenas sentada, tentando escutar algo novo, diferente, quando percebi que esta “novidade” encontrava-se na “gaveta” da minha memória... Dentro de mim... Algo, na verdade, que transborda através da minha respiração, do meu ser e de toda a minha emoção... Em todos os cantos em que ando, penso, sinto...

Foi aí que descobri que reviver meu passado poderia ser a única maneira segura de adentrar meu futuro. Eu caí sobre meus joelhos em prantos e agradeci aos santos por ter me mostrado quão tola eu fui durante todo o tempo em que nutri tanta fé nos anjos e nos homens. A definição da tristeza seria um mergulho na noite gelada de outubro dentro do meu coração paralisado após a sua derrota, após o término do seu amor, após tudo aquilo que me fizeste acreditar quando eu era feliz nos teus braços - olhando os pássaros levarem consigo meu coração enternecido dos beijos que me davas na primavera ensolarada... A solidão pode ser definida através da foto antiga que tenho guardada dentro de mim.... As lágrimas seriam apenas o sintoma deste sentimento, que sempre tive medo de viver e que, ironicamente, sempre me acompanhou na jornada que eu impus a mim mesma ser capaz de fazer: ser feliz neste mundo confuso.

Eu estaria sendo injusta se deixasse de citar toda a beleza que seu amor provoca em mim e toda a magia que a existência me revela quando sou capaz de respirar a brisa fresca das noites quentes ao teu lado. Mas apenas nos dias mais cinzas eu consigo mergulhar na essência do universo e perceber, através da dor, a grandeza e o significado do existir. Não, meu amor, não me tome como melancólica, apenas entenda que a melancolia é o mais sincero caminho do coração, da emoção, do sentimento e até da razão. Nunca se esqueça que eu verti rios de lágrimas por ti quando foste embora e, nesta hora, pude descobri a grandeza do que significavas para mim. Não, meu amor, eu não pretendo ser triste, apenas não brigo com a tristeza quando esta me visita e mostra tudo que nossa consciência não pretende enxergar e lidar para viver. Não, meu amor, não me tome por desiludida, pois sou capaz de sentir o mundo girar em minhas mãos quando estou submersa no fogo da paixão e sou até mesmo capaz de ser a mais feliz das criaturas nas noites frias de inverno.

Sim, meu amor, me leve contigo para além de todas as coisas sem importância que a humanidade passou toda sua existência tentando entender.

Um comentário:

Amanda disse...

Meus Parabéns!

Voce é uma otima escritora!
Me identifico bastante com seus textos,são todos escritos do fundo da alma..e maravilhoso!

Beijos,amanda