terça-feira, janeiro 08, 2013

Porque dói!




Porque eu consigo racionalizar claramente tudo a minha volta! Cada detalhe, cada nuance, cada decisão, medida e ação, mas não consigo entender que, hoje, simplesmente não existimos mais! Simplesmente todo o nosso futuro poderoso e magistral virou 'poeira de vento'! Não consigo saber quando isso aconteceu. Eu conheço toda a minha culpa neste processo, eu fui tão leviana, fútil e egoísta... Eu fui todos os pecados que podem ser nomeados neste mundo quando “abri a porta” da minha alma e te deixei do lado de fora. Eu fui o inominável. E ainda consigo me punir suavemente com o descaso escancarado que vem da tua indiferença. Você foi tudo para mim, ao mesmo tempo em que eu me dividia em mil pedaços perdidos no céu do passado... Eu nunca esqueci a noite “encantada de verão” na virada do milênio assustador! Eu nunca esqueci a brisa que invadia meu quarto enquanto eu olhava as estrelas no céu do meu teto, da minha alma, regozijando-me na paz alcançada, milagrosamente, através do meu maior amor já vivido nesta existência... Eu era tão nova, crédula e tola também! Mas eu tinha um futuro enigmático convidando-me a bailar por infinitas noites... Eu te conheci quando meu mundo ruiu, na medida exata que meu maior poder floriu. Eu lutei pelos meus impulsivos instintos enquanto o mundo criticava minha loucura, eu acreditei nesta loucura, no seu amor e no meu maior desafio. Você, hoje, não faz mais parte deste “jogo” enigmático, você escolheu desistir no momento mais desafiador. Decepcionei-me profundamente quando vi o meu maior herói acovardar-se justamente quando eu mais precisava ser “salva”, assim é a vida fora do conto de fadas. Eu sei lutar sozinha, sei lutar por mim, mas eu escolhi lutar com o amor neste caminho complexo chamado vida! Não aceito nada que não o inclua, ainda que eu tenha que sacrificar o meu quase melhor e quase perfeito passado!

3 comentários:

Vissarionovitch disse...

Cathy, irmã e amiga: deixe doer. Deixe que machuque; que faça sangrar... se culpe até chegar ao ponto que a própria culpa não será mas culpa, apenas cansaço. A culpa estará em você como uma marca indelével, mas será atenuada pelo tempo e pelo vento: o vento leva tudo, e o vento faz rodar a roda constante do viver, o vento muda o ciclo, as cores, os amores.

O amor continuará, sim, te acompanhando nessa arte tão dolorosa. A vida é a metáfora da vida. O sol e a lua são as metáforas do ser humano em suas fases mais nítidas e extremas. Não é lindo?

Não importa de que maneira aconteça ou em que tempo chegue, essa fuga não é eterna, e Cathy, você sabe disso. O jogo não acabou... apenas está no intervalo; é no intervalo que a cabeça se desafoga, o ar comprimido é inspirado e a alma, ou a mente, tem mais espaço e condições de trabalhar. E afinal, não é aí que somos agraciados pelas as grandes descobertas e redescobertas? Não tem como mensurar a importância de algo sem saber como é ter respirar na ausência deste.

É só quando se tenta respirar, e a dor e a saudade são tão grandes que quase se intoxica, que se vê a importância daquele aparelho respiratório... santo aparelho! Por que dói? Por que TEM que doer! O que vem depois, nós sabemos...

Cathy disse...

Quando encontramos nossos "ecos" nesta vida torna-se fácil ser compreendido e até mesmo apreendido, quiçá, existir! Posto que nossas almas-imrãs reconhecem o que vai no âmago do nosso ser e regozijam-se pelo simples fato de reencontrarem-se! Obrigada pelas palavras honestas e sábias, amigo e irmão, isso só mostra que "tudo sempre fez sentido o tempo todo para quem 'habita este mundo". Cathy

Anônimo disse...

Nossa que lindo Cathy. Você descreveu o que estou sentindo no atual momento de minha vida. Obrigada. Deixe, doer, deixe sangrar, um dia essa dor cansa de te atormentar. Beijos