quarta-feira, março 05, 2014

Palavras...




Antes de falar qualquer coisa aqui, neste espaço em branco e despretensioso, eu preciso sofrer, calmamente, suavemente, delicadamente, todas as nuances desta revelação!

Antes de desistir eu precisei  entender como o ‘encontro’ da minha vida se transformou naquelas cinzas solitárias que eu despejei com a alma sangrando sob o solo fértil de outrora. “Eu semeei meus sonhos neste campo, por isso, pise com cuidado, pois estás pisando em meus sonhos”.

As palavras são absurdamente perversas e perigosas, elas aprisionam, iludem e maltratam, sobretudo, quando usadas por aqueles que jogam “ao vento” textos românticos e coloridos de amor, quando na verdade... Na verdade tal amor jamais existiu!

No amor não se idealiza: constrói-se, destrói-se e se reinventa, nas dores dos desafios diários do existir. Você foi o fel disfarçado de mel que iludiu minhas noites de primavera. Eu poderia morrer por esta história, eu seria capaz de subir na montanha mais alta e desafiadora apenas para te contar ‘aquele segredo’, eu seria capaz de mentir para mim mesma durante as noites tempestuosas só para encontrar verdade por detrás daquelas lúdicas e solitárias palavras... Só para despir o véu dos teus olhos e fazer você sangrar a minha dor.

Eu posso dizer hoje que um dia eu “encontrei” o pior pesadelo que eu já tive na minha existência na noite em que acreditei ter reencontrado algo precioso, no “coração de um estranho encantador”, que na verdade, nunca encantou, apenas iludiu... E como todo ilusionista, se valeu dos truques mais diabólicos, o das palavras encantadoras e doces.

Palavras... Hoje apenas te vejo - de soslaio - desconfio das tuas mensagens, das tuas “verdades”, posto que jamais trouxestes a minha verdadeira paz!

Paz... Aquela que eu encontro no “meu mundo”, no lugar mais sagrado da minha existência, onde o meu amor - meu anjo azul - dorme ao meu lado e divide comigo a realidade do existir, sem palavras, sem ilusões, apenas com gestos, pequenos, simples e verdadeiros. Eu sempre busquei este ‘lugar’ fora de mim também... Quando pensei que havia encontrado, percebi a peça diabólica que a vida tramara em minha intenção! Errei, menti e rastejei apenas para redescobrir a única coisa que sempre importou nesta vida.... As cinzas que carregam teu corpo amado, sob o solo que cultivaste com ardor e amor, com dedicação e solidão. Foi lá, diante da morte, em sua forma mais 'feia', que eu descobri a verdade mais árida da minha existência e eu agradeço ao portador da ilusão por ter sido mensageiro de amarga realidade.


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