sexta-feira, janeiro 20, 2006

Apenas Eu.

Assim como a duplicação de todas as almas e sentimentos. Assim como toda certeza de que nada é inteiro o suficiente que se baste. Vivo e viverei na constante agonia de perder alguma coisa que não pude trazer na minha mala. A viagem é longa, sempre é na verdade. E nós nunca sabemos quem está deixando quem, agora.
Todas as partidas em todas as estações sempre deixaram-me tristemente machucada. Um pedaço meu se foi naquele vagão (...) Uma ponta da minha própria fé e esperança. Uma crença e uma certeza que desistiu de SER com o passar dos tempos. Sempre pego-me esperando, de novo, a sua aparição. Idealizo e reinvento todos os nossos dias. Cada vez é mais completo e mais distante.
Ainda posso me voltar às literaturas antigas e descobrir alguns segredos escondidos no tempo.
(...) Cada noite era diferente em sua infinita semelhança de todas as noites. Cada céu estrelado tinha o "seu" recado e mesmo assim, todas as estrelas eram iguais. Tudo é tão parecido! Tudo é tão familiar e assustadoramente meu! Enquanto fechava-me dentro da minha mais completa e indivisível solidão, via-me tranquilamente segura. Cada hora de dar um não e tomar, às vezes, a pior decisão, tive que ir aos vales escuros da minha alma, e sem nenhuma certeza e pouca coragem, acenei mandando parar. Mandando acabar. Matando o que eu mesmo semeei.
Quando deito-me e fecho os olhos em "lugares" frios e sem sentimentos, volto a um estado de letargia que não é nem bom nem mau. Até porque toda prece acaba, sempre acaba (...) Até quando nasce para ser eterna. Não é fácil assumir para mim mesma este "papel" e encarar esta verdade. Seria melhor acreditar no meu lado mais singelo e dormir em paz. Mas depois de enxergar o que reflete no espelho, sem subterfúgios, posso deitar e dizer que, apesar de não ser o meu ideal, esta aí, sou EU. E isso é tudo. Só por hoje, e não há nada mais para deixar pra trás.
Apenas, esta sou eu.

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