segunda-feira, agosto 28, 2006

Agora...

Voltando ao famoso “morro das ilusões” eu pude ver você de novo e isso foi quase assustador para mim. Por que você voltou? Quem te libertou?
Eu tomei as cores fortes entre os dedos e senti meu sangue ferver de verdade. Olhei para dentro de mim enquanto a minha cabeça ardia em chamas. Eu vi e quis reviver cada movimento que fiz como em uma partitura... Uma valsa delirante qualquer... E isso foi incrível... Libertador... Você NUNCA conseguiria me fazer girar assim.
A paisagem era agradável, paradisíaca e levemente distorcida em minha mente. Mas a realidade era estonteante porque eu pude sentir novamente meu sangue e as pessoas ao meu redor cantando e sorrindo coisas divertidas e sem sentido. Eu pude escutar as mesmas cantigas que eu ouvia quando era criança e estava "caindo" no sono libertador. A verdade é que eu me livrei de “você”. Eu nunca pensei que conseguiria! E, isso é tão palpável hoje para mim. Assim como a musica que tocava... A verdade é que eu consegui sentir cada onda, arrebentado nas rochas suavemente agressivas, naquela madrugada, e eu fui tão feliz por isso! Quando foi que eu te deixei partir? Eu nunca vou saber ao certo, mas conheço e reconheço, fervorosamente, que “você” se foi para o infinito inalcançável da minha mente.
Agora, me deixe apenas continuar aqui... Sentindo e tomando cada gota vermelha de vida que há fora de mim... Agora, apenas vamos caminhar por ai e sentir o vento outra vez acordando-nos da apatia de viver cada dia como se tudo se resumisse nas horas dos dias. Agora, vamos sorrir porque já é tempo de flores nascerem sob os nossos pés e não tem palavra no mundo que possa expressar a sensação de sentir flores nos pés. Agora, deixe-me ir para o meu eterno sono libertador... Onde nada pode dar errado... Porque lá não existe dor!

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