sexta-feira, novembro 10, 2006

O jardim.

Voltarei um dia àquele jardim? Será que ainda existem as pedrinhas azuis que deixei por lá? Será que as águas cristalinas da cachoeira sentem minha falta?
Preciso mergulhar minhas dores através dos seus pântanos e também emergir junto com suas águas toda a minha esperança. Quero fechar os olhos para sentir a doçura do meu paraíso.
Quantas vezes eu tive que engolir a tristeza e sorri para não assustar minha menina? Quantas vezes não consegui encontrar o caminho das pedras e me vi perdida e sozinha na noite fria? Foi tão difícil atravessar aquelas noites, sozinha... Foi tão difícil acreditar na realidade... Foi tão libertador também, porque nada mais podia me ferir!
Voltar para o meu castelo e perceber que sou tão frágil e mortal quanto todos os meus fantasmas; mas, ainda assim, constatar que algo mudou porque aquela tal integridade agora é alcançável e está sendo moldada a cada dia. E, por mais ínfima que seja esta percepção aos olhos do mundo é grandiosa para mim. É a minha menina virando mulher. É saber crescer, aceitar viver e desistir de desistir!
Sim, voltarei ao meu jardim para buscar novas flores do campo e enfeitar meu lar. Sim, cantarei o meu mantra favorito sempre que lá estiver e saldarei cada anoitecer, cada alvorecer e cada renascer dentro de mim.
Não, eu nunca vou desistir!

Um comentário:

Anônimo disse...

Quero ir para o seu jardim com você, para que possamos celebrar nossa integridade e plenitude. Vamos passear de mãos dadas como a menina e o menino que agora cresceram e nunca vão desistir do amor e da vida... com tudo isso, nosso "lar" estará sempre florido e cheio de vida...