quinta-feira, novembro 01, 2007

Valsando...

Como me julguei amada, e como valsei na madrugada, ao som dos eternos bandolins que envolviam minha alma entorpecida de sons, emoções e cores cintilantes...
Como me julguei amada na noite da escada, sob a chuva das praças, enquanto todos bailavam indiferentes a nós, e enquanto eu me perdia e me encontrava nos braços teus.
Como me julguei amada, despida de roupas, medos e lagrimas, enquanto sentia teu coração pulsar junto ao meu, enquanto beijava tua boca em forma de adeus, enquanto as rosas azuis caiam em meus jardins sofridos de girassóis perdidos.
Como me julguei amada, como uma bailarina encantada, no centro da tua estrada, valsando com a ternura de uma criança acanhada e tão doce quanto qualquer nobre mortal.
Como me julguei amada e como quis possuir cada lagrima que dos teus olhos caíam e rolavam, em busca de uma eternidade segura, perdida, confusa e tão minha...
Como me sinto cansada e inebriada de emoções que cortam o meu futuro como a fúria de um furacão.
Como me julguei amada e abandonada... Perdida em minhas próprias fantasias e historias, quando um dia, de repente, tudo mudou de cor... Meu céu não estava mais estrelado como nas praias que costumava buscar teus braços fortes, e meu norte não mais apontava na direção de um avião que vinha do sul, lembra? Assim como na adolescência contemplava as estrelas e sabia que nelas estavam a nossa história, a tua glória, a minha eterna fantasia de um dia ser, apenas, amada.

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