quinta-feira, novembro 26, 2009

Então...


Então você pensa que pode compreender a dor. Você pensa que pode controlar tudo ao seu redor e suprimir a angustia que a frustração lhe traz. Você acredita realmente que é capaz de esquecer as noites em claro - na janela do quarto, sonhando acordada, esperando uma valsa, um sinal, uma espada, para lutar e vencer! Então eu confesso que me entrego! Rendo-me à dúvida do devir, a incerteza da glória, a possibilidade da derrota. Sim, rendo-me, mas não cairei sem antes lutar, sem antes acreditar, sem antes rezar aos céus e aos anjos, bem como a todos os santos.

Senti pena de mim uma noite dessas... Sentir pena de si mesmo é como estar depois do fim. É como perder a luta sem ter tentado, é uma sensação muito estranha, complexa, densa e cinza, indescritívelmente constrangedora. Depois deste dia, nunca mais fui a mesma, ainda que banhada em lágrimas, ainda que corroída pelas críticas vazias e ferinas, nunca mais me permiti tal tipo de ‘auto-piedade’. Agora , ainda estou confusa, sentada na minha old chair, escutando as mesmas canções que compuseram a minha estrada. Ainda estou tentando me sentir em casa ao fazer este ritual, estou tentando achar o elo perdido dentro de mim, e, quem sabe, voltar a caminhar pelas ruas cintilantes que eu construí em minha alma. Hoje o dia está estranho, a noite está mais silenciosa que o habitual, o sono não quer comparecer e eu ainda me sinto meio perdida na vida que tanto lutei para conseguir. Porém, ainda assim, eu sei que cultivei alguma coisa, sinto que amadureci como pessoa e, apesar da dor, eu consigo até sorrir.

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